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Para empresários e economistas, novas medidas ainda são pontuais
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
As propostas para ajuste fiscal e corte de impostos apresentadas pelo Ministério da Fazenda ao presidente Lula estão
na direção certa, mas não são
suficientes para levar o país a
crescer 5% no ano que vem e
atrair investimentos, como
quer o governo. Essa é a avaliação de representantes de indústrias e economistas sobre o
pacote -que inclui redução
gradual da CPMF e isenção de
PIS e Cofins para compra de
máquinas- em estudo.
Com as medidas propostas, o
governo pretende criar condições para que a economia brasileira cresça 5% em 2007. Entre
essas medidas, destacam-se
também a cobrança da contribuição patronal para o INSS sobre o faturamento das empresas (e não mais sobre os salários
pagos) e a extensão a mais empresas da suspensão do PIS e da
Confins para quem exporta.
"Somos a favor de qualquer
medida que reduza impostos.
Mas não quer dizer que essas
medidas e outras pontuais vão
dar enormes condições de investimento ao país", diz Humberto Barbato, diretor do Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para Newton de Mello, presidente da Abimaq, associação da
indústria de máquinas, o pacote é bem-vindo, pois o país possui uma das cargas tributárias
mais elevadas do mundo. "Mas
não é suficiente. A indústria
brasileira está perdendo competitividade devido à valorização do real. O país precisa de
medidas que inibam a entrada
de capital especulativo."
João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon SP, diz que
as medidas "vão numa boa direção, mas são muito tímidas e
precisam ser ampliadas".
Para que o país cresça mais,
na sua avaliação, a taxa de investimento sobre o PIB (Produto Interno Bruto) tem de estar ao redor de 25%, não de
19,9%, como a do ano passado.
Estrutura tributária
O Brasil, na opinião de David
Kupfer, coordenador do Grupo
de Indústria do Instituto de
Economia da UFRJ, precisa de
uma reforma tributária completa para ter reflexo nos investimentos, na produção e no emprego. "O país precisa ter uma
estrutura tributária diferente
da atual, baseada mais no valor
agregado e menos na folha de
salários dos empregados."
Para ele, reduções pontuais
de impostos são paliativas, trabalham na margem no problema. "Medidas pontuais podem
ter impacto de décimos na atividade econômica. Se o país ia
crescer 4%, pode crescer 4,1%."
Roberto Padovani, sócio-diretor da consultoria Tendências, diz que medidas pontuais
têm pouco efeito no cenário
econômico. "Não vou mudar
projeção de crescimento do
país em 2007 por conta dessas
medidas." Para o Brasil crescer
mais, na sua avaliação, o governo deve reduzir a taxa de juros,
ter regras claras para os investimentos de longo prazo e fazer
ampla reforma tributária.
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