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Ajuste fiscal do Planalto "emperra" no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto coleciona reuniões internas para definir um
programa de ajuste fiscal, o governo permanece sem força para barrar altas de gastos e benefícios fiscais no Congresso.
O já problemático projeto de
Orçamento de 2007 acaba de
ganhar duas contribuições dos
parlamentares: a alta, de R$ 3,9
bilhões para R$ 5,2 bilhões, dos
repasses federais aos Estados
para compensar o fim do ICMS
sobre exportações; e a elevação,
de R$ 5 milhões para R$ 6 milhões, do limite para despesas
que cada parlamentar pode incluir na lei orçamentária.
Na próxima semana, o relator do texto, senador Valdir
Raupp (PMDB-RO), apresentará outra demanda à equipe
econômica: a correção da tabela do Imposto de Renda.
Num exemplo da desarticulação da base aliada, os governistas ainda não foram capazes
de aprovar a MP que dá reajuste de 5% aos benefícios previdenciários superiores ao salário mínimo. Desde maio, a oposição, em tese minoritária, insiste no índice de 16,7%.
O enfraquecimento do governo no Congresso começou
com a derrota na disputa pela
presidência da Câmara, no início de 2005, quando Severino
Cavalcanti se elegeu. Foi agravado, depois, com o estouro do
escândalo dos sanguessugas.
Desde então, a tendência dos
parlamentares tem sido elevar
despesas e reduzir receitas. Foram impostos ao Planalto o
parcelamento de dívidas tributárias e a concessão de subsídios a agricultores. Mesmo medidas de desoneração propostas pelo governo foram multiplicadas pelo Legislativo.
O único projeto de peso deste
ano -a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa- é de alívio
tributário e não partiu do governo, que se limitou a negociar
uma renúncia fiscal menor com
o Congresso.
(GP)
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