São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Presidente ressuscita tese da moeda única DO ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS O presidente Fernando Henrique Cardoso ressuscitou ontem a tese de uma moeda comum para os países do Mercosul, ainda que, naturalmente, colocando-a em um horizonte de longo prazo. FHC elogiou, como era previsível, o acordo alcançado na quarta-feira entre os países do Mercosul, mais os associados Chile e Bolívia, para fixar metas de déficit público, dívida pública e inflação para o curto, médio e até longo prazo. É o que o presidente vinha chamando, há tempos, de "pequeno Maastricht", alusão ao tratado firmado na cidade holandesa com esse nome pelos 15 países da União Européia, estabelecendo critérios macroeconômicos para que os países europeus pudessem entrar no euro, a moeda única do bloco. "Nós estamos criando os fundamentos para que mais tarde possamos sonhar com formas ainda mais sofisticadas e complexas de integração", disse FHC. A forma "mais sofisticada" é inequivocamente "uma moeda comum", afirmou o presidente, ainda que tenha feito a ressalva: "Não sei se será possível ou necessário chegar a tanto, mas indica uma vontade política muito forte". A alusão à moeda comum e ao acordo de convergência macroeconômica que teoricamente a torna menos improvável é uma maneira de comemorar o grande e quase solitário avanço ocorrido na cúpula do Mercosul ontem encerrada. O outro avanço foi o acordo sobre política automotiva (ver texto abaixo). O bloco já enfrentava uma sequência de disputas comerciais entre Brasil e Argentina e já patinava em consequência das dificuldades econômicas da Argentina quando houve o golpe mais sério: a iniciativa do Chile de trocar a adesão plena ao Mercosul por uma negociação com os EUA. A cúpula não eliminou os problemas, a não ser o automotivo, mas foi o palco para que o presidente, uma e outra vez, reafirmasse a importância que o Brasil concede ao bloco que lidera e o definisse como instrumento de coordenação política. (CLÓVIS ROSSI) Texto Anterior: Bloco assina acordo do regime automotivo Próximo Texto: Internet: Medir audiência na rede cria novo negócio Índice |
|