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Copom deverá subir na quarta as taxas de juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Analistas de mercado
apontam a expectativa de alta da inflação em 2003 como
sendo a principal justificativa para que o Banco Central
eleve os juros básicos da economia, hoje em 22% ao ano,
na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária
do BC) desta semana.
A taxa Selic pode subir para até 25% ao ano, mas o
mais provável, segundo pesquisa divulgada pela Reuters
na sexta-feira passada, é que
os juros subam para 24% ao
ano. A decisão sai na próxima quarta-feira depois da
reunião do Copom.
O único problema é que
nem mesmo o mercado se
entende sobre as projeções
de inflação em 2003. Há
quem aposte numa alta de
18% para o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo) no ano que vem. No lado oposto, outros falam em
4,65%.
Esses dois extremos foram
captados nas consultas diárias que o BC faz a um grupo
de cem bancos e empresas
de consultoria. Nessas pesquisas, são levantadas as
principais projeções do mercado em relação a vários aspectos da economia, como
inflação, crescimento econômico e taxa de câmbio, entre
outros.
O levantamento feito pelo
BC mostra que, na média, o
mercado espera uma inflação de 10,59% em 2003. O
que acontece, porém, é que a
incerteza em relação ao que
vai acontecer com a economia brasileira no ano que
vem é tão grande que as projeções são as mais diversas.
Metas
Isso mostra também que
as metas de inflação fixadas
pelo governo têm pouca eficácia como parâmetro para
as expectativas do mercado,
como era a intenção da equipe econômica ao adotar esse
sistema, em 1999. Para 2003,
a meta é de 4%, com margem de tolerância de 2,5
pontos.
Na última reunião do Copom, o BC disse que elevou
os juros de 21% para 22% devido ao "aumento da expectativa de inflação para 2003".
Informou ainda que, embora não seja o único, a pesquisa feita entre bancos e consultorias é "um parâmetro
relevante" para se quantificar essas expectativas.
A idéia é que, ao elevar os
juros, o BC dá uma sinalização ao mercado de que está
atento ao avanço da inflação.
Se bem sucedida, a medida
faz com que as pessoas fiquem mais confiantes na estabilidade dos preços, o que,
por si só, já colabora para
frear o processo inflacionário.
Por outro lado, sempre há
o risco de basear a decisão
sobre taxas de juros em projeções de inflação que não
são totalmente corretas.
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