São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

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EMPREGO

Comércio e serviços criam postos, mas agricultura e construção cortam

Criação de vagas cresce pelo 11º mês

ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A criação de empregos formais cresceu em novembro, fechando uma série de 11 meses consecutivos de ampliação de vagas com carteira assinada.
Segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram criados 79.022 postos no mês passado, um aumento de 0,32% em relação a outubro.
De janeiro a novembro de 2004 foram criados 1.875.369 postos de trabalho. O Caged, que foi criado em 1992, reflete apenas situação do mercado formal de trabalho.
O cadastro abrange os profissionais com carteira assinada no país, exceto os empregados domésticos.
Segundo o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho), o resultado de novembro é uma quebra na série histórica do Caged, na qual sempre houve diminuição na geração de empregos nos últimos meses do ano, por refletir o final do ciclo da indústria.
"A boa notícia veio para me desmentir, [porque] eu tinha previsto, na divulgação anterior, que nós teríamos possivelmente uma queda forte da geração de empregos em novembro, devido a fatores sazonais [atípicos]".
Segundo Berzoini, os fatores sazonais afetaram a criação de postos de trabalho, mas não houve a queda na proporção estimada. "O que revela o dinamismo da economia neste final de ano e em todo 2004."

Setores econômicos
Entre os setores da economia que mais contribuíram para o crescimento das vagas com carteira assinada em novembro estão o comércio, com 84.794 novos postos (alta de 1,56%), e o de serviços, com 47.831 vagas (0,49%).
Por outro lado, a agricultura registrou diminuição de 44.632 vagas e a construção civil teve corte de 13.701 postos. A indústria de produção de alimentos também teve queda de 9.181 vagas.
Para o Ministério do Trabalho, as perdas ocorreram por fatores sazonais. "A agricultura perde porque o pico da atividade agrícola é agosto. Depois [o número de novas vagas] estabiliza ou começa a cair", disse Berzoini, que também atribuiu à sazonalidade as quedas de vagas na construção civil. Segundo ele, em novembro, a indústria de alimentos já está entregando a produção extra do final do ano.

Regiões
Entre as regiões do país, apenas o Centro-Oeste teve queda na geração de empregos no mês passado, com redução de 5.236 postos. O crescimento foi mais expressivo no Sul (32.016 vagas) e no Sudeste (30.319 postos).
Apesar de projetar queda na geração de empregos para este mês, Berzoini disse acreditar na possibilidade de se terminar o ano com a criação de 1,8 milhão de empregos com carteira assinada.
"Dezembro é um mês negativo para o mercado de trabalho, ao contrário do que o senso comum indica", diz ele, projetando ainda que a taxa média de desemprego de 2005 ficará em apenas um dígito, ou seja, abaixo de 10%.
Para 2005, o ministro acredita que o nível de emprego será impulsionado pelos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Ontem, o Conselho Curador do FGTS aprovou o orçamento de R$ 11,2 bilhões para 2005. Neste ano, foi de R$ 7,5 bilhões.


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