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EMPREGO
Comércio e serviços criam postos, mas agricultura e construção cortam
Criação de vagas cresce pelo 11º mês
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A criação de empregos formais
cresceu em novembro, fechando
uma série de 11 meses consecutivos de ampliação de vagas com
carteira assinada.
Segundo os dados do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados), foram criados
79.022 postos no mês passado,
um aumento de 0,32% em relação
a outubro.
De janeiro a novembro de 2004
foram criados 1.875.369 postos de
trabalho. O Caged, que foi criado
em 1992, reflete apenas situação
do mercado formal de trabalho.
O cadastro abrange os profissionais com carteira assinada no
país, exceto os empregados domésticos.
Segundo o ministro Ricardo
Berzoini (Trabalho), o resultado
de novembro é uma quebra na série histórica do Caged, na qual
sempre houve diminuição na geração de empregos nos últimos
meses do ano, por refletir o final
do ciclo da indústria.
"A boa notícia veio para me desmentir, [porque] eu tinha previsto, na divulgação anterior, que
nós teríamos possivelmente uma
queda forte da geração de empregos em novembro, devido a fatores sazonais [atípicos]".
Segundo Berzoini, os fatores sazonais afetaram a criação de postos de trabalho, mas não houve a
queda na proporção estimada. "O
que revela o dinamismo da economia neste final de ano e em todo 2004."
Setores econômicos
Entre os setores da economia
que mais contribuíram para o
crescimento das vagas com carteira assinada em novembro estão o
comércio, com 84.794 novos postos (alta de 1,56%), e o de serviços,
com 47.831 vagas (0,49%).
Por outro lado, a agricultura registrou diminuição de 44.632 vagas e a construção civil teve corte
de 13.701 postos. A indústria de
produção de alimentos também
teve queda de 9.181 vagas.
Para o Ministério do Trabalho,
as perdas ocorreram por fatores
sazonais. "A agricultura perde
porque o pico da atividade agrícola é agosto. Depois [o número de
novas vagas] estabiliza ou começa
a cair", disse Berzoini, que também atribuiu à sazonalidade as
quedas de vagas na construção civil. Segundo ele, em novembro, a
indústria de alimentos já está entregando a produção extra do final do ano.
Regiões
Entre as regiões do país, apenas
o Centro-Oeste teve queda na geração de empregos no mês passado, com redução de 5.236 postos.
O crescimento foi mais expressivo no Sul (32.016 vagas) e no Sudeste (30.319 postos).
Apesar de projetar queda na geração de empregos para este mês,
Berzoini disse acreditar na possibilidade de se terminar o ano com
a criação de 1,8 milhão de empregos com carteira assinada.
"Dezembro é um mês negativo
para o mercado de trabalho, ao
contrário do que o senso comum
indica", diz ele, projetando ainda
que a taxa média de desemprego
de 2005 ficará em apenas um dígito, ou seja, abaixo de 10%.
Para 2005, o ministro acredita
que o nível de emprego será impulsionado pelos recursos do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço).
Ontem, o Conselho Curador do
FGTS aprovou o orçamento de R$
11,2 bilhões para 2005. Neste ano,
foi de R$ 7,5 bilhões.
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