São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Lula quer enfatizar responsabilidade fiscal

O pacote econômico do governo de destravamento do crescimento já está pronto e deve ser anunciado na próxima quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas reuniões com a equipe econômica, Lula definiu o pacote como uma espécie de Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, mas com maior responsabilidade fiscal. Serão anunciados cerca de 50 obras de infra-estrutura a serem realizadas em quatro anos.
No anúncio do pacote, a exemplo do que tem declarado nas reuniões, Lula vai dizer que continuará priorizando o controle da inflação, como fez no primeiro mandato.
O presidente deixou claro a seus auxiliares que está cansado de ouvir críticas em relação à possibilidade de aumento de gastos. O que Lula tem afirmado, nessas reuniões, é que ele é o fiador da responsabilidade fiscal do governo e já demonstrou, no seu governo, que não vai permitir a volta da inflação.
O ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, levou à reunião de quarta no Palácio do Planalto números que mostram que o governo Lula gastou em pessoal menos do que FHC. Em 2002, os gastos com pessoal representavam 5,2% do PIB, enquanto neste ano fecham em 5,1% do PIB.
O número teria sido menor, não fosse o aumento deste ano, puxado pelas eleições. Os gastos com pessoal eram de 4,7% do PIB em 2005. Em razão das eleições, o governo foi mais "generoso" em 2006 do que nos anos anteriores.
Apesar do aumento de gastos deste ano, Lula vai procurar mostrar que não vai abrir mão da austeridade fiscal, tampouco de um crescimento maior do PIB. O plano econômico tende a ser mais conservador do que até defendia historicamente o ministro Guido Mantega, que sempre foi alinhado ao desenvolvimentismo.
O seu objetivo era que o país crescesse 5%, mas ele não pretende sacrificar o equilíbrio fiscal para atingir essa meta. No plano só deve constar uma leve referência a respeito das previsões iniciais de o país se expandir 5% em 2007.
Lula tem dito, nas reuniões, que ele ganhou as eleições por dois motivos: primeiro por ter controlado a inflação, e, em segundo, por ter aumentado a renda dos mais pobres. O plano econômico deve manter essas duas prioridades.

SOB MEDIDA
A empresária carioca Andrea Saletto acaba de levar às lojas seu serviço de "demi-couture", com peças feitas em tiragem limitada, tecidos importados e estampas exclusivas para festas e noite. "Temos uma minicoleção pronta. A partir dela produzimos as peças sob medida para as clientes", diz Saletto. Batizada de Especial, a linha é vendida no mezanino das lojas de rua da marca -na Oscar Freire, em São Paulo, e em Ipanema, no Rio. Arquiteta de formação, há 20 anos, Saletto decidiu "construir" roupas. Hoje, tem quatro lojas próprias e outras seis de sua segunda marca, a Permanente. "Se sentirmos que é necessário, no futuro, abriremos lojas da Especial também", diz.

LAR, DOCE LAR
O mercado imobiliário deve aquecer a próxima edição da Gift Fair, uma das maiores feiras de lar do país, que será realizada entre 19 e 22 de março de 2007. A expectativa é de Mauro Jordão, diretor da Laço, promotora do evento. Para ele, os segmentos de design, decoração e utilitários de cozinha são os que mais devem aproveitar a onda da construção. "O design brasileiro se destacará, principalmente, porque tem padrão internacional e é muito agradável e eclético", diz Jordão, que afirma prever um crescimento "ainda maior dentro de um ano". A feira, que chega à 34ª edição, terá cerca de 730 expositores dos setores de presentes, utilidades domésticas, decoração, design e móveis.

FESTA DE ARROMBA
Economistas e matemáticos comemoraram na quinta os 60 anos de Aloisio Pessoa de Araújo, professor da EPGE-FGV e do Impa. Araújo é da National Academy of Science, da qual só 10 dos 61 membros são de fora dos EUA. Na festa, no Paço (RJ), estavam José Alexandre Scheinkman, Pedro Malan, Carlos Ivan Simonsen Leal, Marcos Lisboa, Sergio Werlang, Joaquim Levy, Beni Parnes, Ilan Goldfajn, Maria Silvia Bastos Marques e Luiz Schymura. Só se falava em inglês.

LÍNGUA AFIADA
Fernando Henrique Cardoso chamou o programa de desenvolvimento do governo Lula de uma releitura do "Avança Brasil", que foi lançado em seu governo. O ex-presidente afirmou ainda que o programa veio muito tarde, mas, segundo ele, "é melhor que tentem fazer alguma coisa agora do que não fazer nada". As declarações foram dadas ao empresário e entrevistador João Doria Jr. no programa "Show Business", que será exibido na noite de amanhã, na Rede TV!

NOVO CARGO
O brasileiro Eduardo Araujo assume o cargo de vice-presidente e gerente geral para a América Latina da EDS, empresa especializada em terceirização de serviços de TI. Araujo é o primeiro brasileiro no comando da região -que inclui Brasil, Argentina, México, América Central, regiões caribenhas e andinas. Sua meta é dobrar o faturamento na região em três anos. Ele vem da Hewlett-Packard, onde atuava como vice-presidente e gerente-geral da HP Services na América Latina e Caribe.


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