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Dilma prevê R$ 235 bilhões para energia
Previsão para o período de 2007 a 2015, feita a militares a pedido de Lula, incluiria investimentos públicos e privados
R$ 75 bi iriam para projetos de aumento da capacidade de geração de energia, R$ 93 bi para gás e petróleo e R$ 45 bi para combustíveis renováveis
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao apresentar projeções de
investimentos em infra-estrutura a oficiais-generais das Forças Armadas, a ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff,
disse que, entre 2007 e 2015, o
Brasil poderá investir até R$
234,8 bilhões em energia -suficiente, por exemplo, para
construir 58 usinas nucleares
como Angra 3.
A ministra falou ontem por
uma hora no Clube do Exército
a 150 representantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Com a ajuda de gráficos e
mapas num projetor e sempre
repetindo se tratar de "estimativas" e "perspectivas", disse
que o valor a ser investido em
energia é "global", ou seja, o dinheiro pode sair do Orçamento
da União, de estatais e da iniciativa privada.
Na estimativa de R$ 234,8 bilhões, entre 2007 e 2015, R$
74,7 bilhões seriam para projetos de aumento da capacidade
de geração de energia, como a
construção de hidrelétricas.
Outros R$ 93,4 bilhões seriam
aplicados em gás e petróleo, e
R$ 45,6 bilhões, em combustíveis renováveis (como biodiesel e etanol). Segundo ela,
"mais da metade" desses recursos poderá sair da Petrobras.
Com mapas destacando as
necessidades das cinco regiões,
Dilma mostrou as prioridades
do governo em rodovias (como
a BR-163, ligando Mato Grosso
ao Pará), ferrovias (como a
Transnordestina, ligando o sul
do Piauí aos portos de Suape,
em Pernambuco, e Pecém, no
Ceará), aeroportos, portos, refinarias e hidrelétricas.
No médio prazo, o projeto
mais estratégico do governo
são as hidrelétricas do rio Madeira (RO) - Jirau (3.300 MW)
e Santo Antônio (3.150 MW)-,
fundamentais para garantir o
abastecimento de energia a
partir de 2011. Outro projeto
importante é a hidrelétrica de
Belo Monte, no rio Xingu (PA),
com 5.500 MW entrando em
operação em 2013.
Apesar de não ter anunciado
ainda oficialmente sua opção, o
governo já conta com a energia
da usina nuclear de Angra 3, gerando 1.309 MW a partir de dezembro de 2012.
A ministra apresentou metas
estimadas para biodiesel e etanol. Sobre o biodiesel, disse
que, até 2010, o Brasil poderá
produzir 3,34 bilhões de litros
ao ano. Hoje a produção anual
está na casa dos 840 milhões de
litros. Em relação ao etanol,
afirmou que, em 2010, a produção anual poderá chegar a 23,3
bilhões de litros, contra os 16
bilhões de litros atuais.
Sobre saneamento, lançou o
número de R$ 220 bilhões em
investimentos em 20 anos. Sobre investimentos na infra-estrutura aeroportuária, falou na
possibilidade de R$ 6 bilhões
entre 2007 e 2015, ou seja, o segundo mandato do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes de Dilma, falou aos militares o ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
Ele fez
um balanço da economia, falou
na expectativa de 3,1% de inflação para este ano e disse que
"existe um clamor nacional"
pela redução da carga tributária. Medidas nesse sentido devem ser anunciadas na semana
que vem pelo governo federal.
Dilma e Bernardo falaram
aos militares a pedido do presidente, que manifestou o desejo
de comunicar às Forças Armadas os planos do governo para a
infra-estrutura.
Colaborou HUMBERTO MEDINA, da Sucursal de Brasília
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