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Decisão favorece acionista minoritário da Telemar
Investidor que apostou na reestruturação e comprou ações ON teve perda de 21,5%
Relação de troca de ações proposta por controladores beneficiaria acionistas que têm papéis com direito a voto da empresa de telefonia
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão da assembléia de
ontem da Telemar, segundo
analistas, é uma vitória dos preferencialistas - investidores
que detêm ações PN da empresa, aquelas sem direito a voto.
Perdem os investidores que
apostaram na reorganização
acionária e compraram ações
ordinárias (ON), com direito a
voto. Ontem elas caíram 21,5%.
Já as PN tiveram queda de apenas 5,35%.
A maior parte do ajuste nos
preços dos papéis da Telemar
foi feita ontem, segundo Jacqueline Lison, analista da corretora Fator Doria. "Agora, as
ações devem voltar ao patamar
de abril, quando foi anunciada a
reestruturação", diz.
Na época, as ações ON eram
negociadas a R$ 53 e ontem, antes da assembléia, bateram na
máxima de R$ 76, fechando a
R$ 57,80. Alex Pardellas, analista da corretora do Banco
Real, diz que, se a reorganização fosse aprovada, o papel poderia chegar a R$ 110. As PN,
que em abril eram cotadas em
torno de R$ 37, caíram abaixo
dos R$ 30 nos últimos meses e
ontem fecharam em R$ 31.
Com a decisão da assembléia,
tudo volta ao ponto de partida.
Caso a proposta de reorganização acionária fosse aprovada,
os preferencialistas teriam a
sua participação diluída na nova estrutura, que previa a existência de apenas um papel em
Bolsa, que levaria o nome de Oi
Participações.
A Telemar tem hoje seis tipos
de ação no mercado, e a proposta dos controladores era reuni-las numa só e ingressar no Novo Mercado da Bovespa, segmento onde apenas ações ordinárias de empresas comprometidas com práticas de boa governança corporativa são negociadas.
Para isso, cada ação ordinária
(ON), as que têm direito a voto,
valeria 2,6 vezes uma preferencial (PN). Essa relação de troca
favorecia os controladores da
empresa, que poderiam se desfazer de seus papéis por um
preço superior ao que conseguiriam se vendessem o controle da Telemar a outra empresa, diretamente.
Pardellas,da corretora do
Banco Real, diz que, "se a operação fosse aprovada, abriria
espaço para outras empresas
que desejam ir para o Novo
Mercado usar essa mesma relação de troca". Para alguns analistas, porém, a decisão da assembléia teve seu lado negativo. "O ruim de não sair a operação da Telemar é o fato de que a
empresa não irá mais ao Novo
Mercado. Se isso ocorresse, seria bom para o setor, que não
tem nenhuma empresa nesse
segmento da Bovespa ", afirma
Lison, da Fator Doria.
Além disso, os investidores
deixarão de contar com uma
política de dividendos previamente conhecida -prevista na
reorganização. Seriam distribuídos aos acionistas R$ 3 bilhões em dividendos neste ano
e em 2007. A partir de 2008, os
dividendos corresponderiam a
80% do fluxo de caixa livre (cerca de R$ 1,8 bilhão).
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