São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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Acordo entre Brasil e Argentina prevê exportações pagas em reais e em pesos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governos de Brasil e Argentina assinaram ontem um acordo para implantar um sistema que permita que as exportações efetuadas entre os dois países sejam pagas em reais e em pesos, e não em dólares, como acontece hoje. A idéia é que o mecanismo comece a funcionar daqui a seis meses.
Esse foi um dos assuntos tratados ontem durante reunião, em Brasília, entre ministros de Economia e presidentes dos bancos centrais dos países do Mercosul.
Segundo o ministro Guido Mantega, o acordo entre Brasil e Argentina é um primeiro passo para que, no futuro, negociações comerciais entre os membros do bloco econômico sejam feitas em moeda local, em substituição ao dólar.
Para Martin Redrado, presidente do Banco Central argentino, os maiores beneficiados devem ser as empresas de pequeno porte, que mais sofrem com os custos e as tarifas cobradas nas operações de câmbio. "O objetivo é reduzir os custos de transação, pavimentando o campo para um maior desenvolvimento comercial na região", afirmou.
Segundo Redrado, 78% das exportações do Brasil para a Argentina envolvem valores abaixo de US$ 50 mil.
O sistema deve funcionar da seguinte forma: exportadores e importadores dos dois países que quiserem efetuar suas transações em reais ou em pesos poderão fazer o pagamento diretamente no BC de seu país.
No final de cada dia, os bancos centrais farão um "encontro de contas", e a diferença apurada entre pagamentos e recebimentos será repassada, em dólares, pelo BC do país que tiver recebido, naquele dia, o maior volume de recursos.
O presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles, ressaltou, no entanto, que os bancos centrais não vão oferecer garantias aos pagamentos que forem feitos por esse sistema, ou seja, em caso de inadimplência, a responsabilidade será das próprias empresas envolvidas.


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