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Acordo entre Brasil e Argentina prevê exportações pagas em reais e em pesos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os governos de Brasil e Argentina assinaram ontem um
acordo para implantar um sistema que permita que as exportações efetuadas entre os dois
países sejam pagas em reais e
em pesos, e não em dólares, como acontece hoje. A idéia é que
o mecanismo comece a funcionar daqui a seis meses.
Esse foi um dos assuntos tratados ontem durante reunião,
em Brasília, entre ministros de
Economia e presidentes dos
bancos centrais dos países do
Mercosul.
Segundo o ministro Guido
Mantega, o acordo entre Brasil
e Argentina é um primeiro passo para que, no futuro, negociações comerciais entre os membros do bloco econômico sejam
feitas em moeda local, em substituição ao dólar.
Para Martin Redrado, presidente do Banco Central argentino, os maiores beneficiados
devem ser as empresas de pequeno porte, que mais sofrem
com os custos e as tarifas cobradas nas operações de câmbio. "O objetivo é reduzir os
custos de transação, pavimentando o campo para um maior
desenvolvimento comercial na
região", afirmou.
Segundo Redrado, 78% das
exportações do Brasil para a
Argentina envolvem valores
abaixo de US$ 50 mil.
O sistema deve funcionar da
seguinte forma: exportadores e
importadores dos dois países
que quiserem efetuar suas
transações em reais ou em pesos poderão fazer o pagamento
diretamente no BC de seu país.
No final de cada dia, os bancos centrais farão um "encontro de contas", e a diferença
apurada entre pagamentos e
recebimentos será repassada,
em dólares, pelo BC do país que
tiver recebido, naquele dia, o
maior volume de recursos.
O presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles, ressaltou, no entanto, que os bancos
centrais não vão oferecer garantias aos pagamentos que forem feitos por esse sistema, ou
seja, em caso de inadimplência,
a responsabilidade será das
próprias empresas envolvidas.
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