São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 1998.



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TRABALHO
Projeto da montadora garante investimentos de US$ 3,5 bi para os próximos 5 anos
Volks terá até 5 novos modelos em 2000

CLAUDIA VARELLA
da Agência Folha, no ABCD

O presidente da Volkswagen na América do Sul, Herbert Demel, disse ontem que a nova linha mundial de carros que a montadora vai começar a produzir no Brasil a partir do ano 2000 terá de três a cinco modelos diferentes.
"Será uma família (de carros) com conceitos muito diferentes. Vai ser um carro com tudo novo, com motores, eixos, transmissores e carrocerias diferentes", afirmou o austríaco Demel ontem, antes da cerimônia de assinatura do acordo com os sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de Taubaté para reduzir custos da montadora e evitar demissões em massa.
Os novos veículos -dentro do projeto PQ-24- vão substituir a família Gol (Gol, Parati e Saveiro). O novo projeto garante investimentos de US$ 3,5 bilhões para os próximos cinco anos nas unidades de São Bernardo e de Taubaté.
Segundo ele, o primeiro novo modelo a ser produzido em uma das duas unidades será similar ao Polo Classic.
O volume de produção nos primeiros 12 meses será de 400 a 500 carros por dia. O início da produção está previsto para o segundo semestre do ano 2000.
Atualmente, a capacidade de produção da unidade de São Bernardo é de 1.400 veículos por dia para toda a linha. A de Taubaté, de 1.100 carros por dia.
A substituição dos veículos será gradativa, uma a cada seis meses. Até lá, a linha Gol será modernizada, mas não deve sair de linha.
O acordo entre a empresa e os trabalhadores assinado ontem é considerado inédito, pois garante a vinda de um projeto desse porte para o Brasil e, consequentemente, empregos até pelo menos 2007.
O diretor de Recursos Humanos da Volks, Fernando Tadeu Perez, 43, considerou o acordo como o "mais importante" a ser celebrado até hoje pela montadora.
Segundo Demel, em nenhum momento, a montadora pensou em demitir 10 mil metalúrgicos. "As 10 mil demissões eram matematicamente necessárias, por causa da demanda reduzida. Mas negociamos inteligentemente."
"Pelo tamanho da crise e do problema, certamente encontramos uma solução complexa, mas uma boa solução", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, 38.



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