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TRABALHO
Projeto da montadora garante investimentos de US$ 3,5 bi para os próximos 5 anos
Volks terá até 5 novos modelos em 2000
CLAUDIA VARELLA
da Agência Folha, no ABCD
O presidente da Volkswagen na
América do Sul, Herbert Demel,
disse ontem que a nova linha mundial de carros que a montadora vai
começar a produzir no Brasil a
partir do ano 2000 terá de três a
cinco modelos diferentes.
"Será uma família (de carros)
com conceitos muito diferentes.
Vai ser um carro com tudo novo,
com motores, eixos, transmissores e carrocerias diferentes", afirmou o austríaco Demel ontem,
antes da cerimônia de assinatura
do acordo com os sindicatos dos
metalúrgicos do ABC e de Taubaté
para reduzir custos da montadora
e evitar demissões em massa.
Os novos veículos -dentro do
projeto PQ-24- vão substituir a
família Gol (Gol, Parati e Saveiro).
O novo projeto garante investimentos de US$ 3,5 bilhões para os
próximos cinco anos nas unidades
de São Bernardo e de Taubaté.
Segundo ele, o primeiro novo
modelo a ser produzido em uma
das duas unidades será similar ao
Polo Classic.
O volume de produção nos primeiros 12 meses será de 400 a 500
carros por dia. O início da produção está previsto para o segundo
semestre do ano 2000.
Atualmente, a capacidade de
produção da unidade de São Bernardo é de 1.400 veículos por dia
para toda a linha. A de Taubaté, de
1.100 carros por dia.
A substituição dos veículos será
gradativa, uma a cada seis meses.
Até lá, a linha Gol será modernizada, mas não deve sair de linha.
O acordo entre a empresa e os
trabalhadores assinado ontem é
considerado inédito, pois garante
a vinda de um projeto desse porte
para o Brasil e, consequentemente, empregos até pelo menos 2007.
O diretor de Recursos Humanos
da Volks, Fernando Tadeu Perez,
43, considerou o acordo como o
"mais importante" a ser celebrado até hoje pela montadora.
Segundo Demel, em nenhum
momento, a montadora pensou
em demitir 10 mil metalúrgicos.
"As 10 mil demissões eram matematicamente necessárias, por causa da demanda reduzida. Mas negociamos inteligentemente."
"Pelo tamanho da crise e do
problema, certamente encontramos uma solução complexa, mas
uma boa solução", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, 38.
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