JOSÉ ALAN DIAS
DE BUENOS AIRES

A atividade do setor industrial da argentina teve variação zero no acumulado do ano em 2000, segundo relatório do Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos). O resultado é ainda menos animador se considerado que, em 1999, o país amargara uma queda de 6,4% na produção industrial -ou seja, os níveis para comparação eram muito baixos.
Pelo informe, a produção de dezembro aumentou 1,1% em relação ao mesmo mês de 1999 -o resultado, 7,1% superior ao de novembro, reverteu tendência negativa iniciada em setembro.
Na última semana, o próprio Indec divulgou estimativas que indicam que o crescimento do PIB argentino em 2000 foi próximo de zero. Os números finais serão anunciados em março. Em 1999, a economia recuou 3,4%.

Safra
Com a indústria local cambaleante, parte das esperanças do governo argentino para a recuperação da economia em 2001 voltaram-se ao setor agrícola.
Segundo o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, ligado à OEA (Organização dos Estados Americanos), a Argentina poderá obter este ano US$ 1,7 bilhão a mais nas exportações de produtos agrícolas do que em 2000, quando as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 13,3 bilhões -praticamente as mesmas cifras de 99. Os produtos agro-industriais respondem por 60% das exportações argentinas.
Se confirmadas as previsões, o país produzirá, em 2001, 65 milhões de toneladas de grãos -a segunda melhor colheita da história-, dois milhões a menos que a melhor marca, alcançada em 97.
O país espera uma melhora nos preços das commodities, a retomada de fôlego do Brasil -destino de parte considerável da produção de trigo- e a recuperação do euro frente ao dólar. Com sua economia atrelada ao dólar, os produtos argentinos perdem competitividade toda vez que o dólar se valoriza.



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