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INDÚSTRIA
Em 2001, os fabricantes venderam para as lojas apenas 33,1 milhões de unidades, contra 35,5 milhões em 2000
Venda de eletroeletrônico cai 6,8% no ano
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
As vendas de produtos eletroeletrônicos (imagem e som, linha
branca e eletroportáteis) somaram 33,1 milhões de unidades em
2001, uma queda de 6,8% em relação ao ano anterior, segundo números da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos
Eletroeletrônicos).
O resultado do ano passado ficou muito próximo dos 33 milhões registrados em 1999, quando a indústria ficou parada durante muitos meses depois da
desvalorização cambial. "O setor
recuou dois anos no tempo", diz
Paulo Saab, presidente da Eletros.
Em 2000, o setor havia registrado a venda de 35,5 milhões de
unidades. Os números ainda ficaram muito distantes dos 46 milhões de 96, o ano boom do Plano
Real.
O resultado negativo do ano
passado se deve principalmente
às quedas observadas nos meses
de abril (menos 8%), maio (menos 15%), e junho (menos 30%),
reflexos das crises da Argentina e
do racionamento de energia.
Recuperação
Depois de julho, no entanto, o
setor se recuperou, e começou a
registrar altas de 15% ao mês.
Diante dessas altas, Saab chegou a
acreditar na possibilidade de não
haver uma queda em 2001.
O mês de dezembro, no entanto, foi muito fraco, e frustrou as
previsões da Eletros. No mês passado, a linha de imagem e som registrou uma queda de 35% e a de
portáteis, 27%, ambas em relação
ao mês anterior. "O nosso Natal
foi em novembro", diz Saab.
Se as vendas no comércio tiverem sido boas em dezembro, a
boa notícia é que, neste início do
ano, é possível que o setor de eletroeletrônico se recupere, já que
as lojas precisarão fazer novas encomendas para reposição de estoque.
DVD em destaque
O grande destaque do ano passado foi o DVD, cujas vendas somaram 588,5 mil unidades, um
crescimento de 200% em relação
a 2000. Já a venda de aparelhos de
TV caiu de 5,2 milhões em 2000
para 4,7 milhões no ano passado,
uma queda de 10,8%.
Em razão da venda dos DVDs, a
linha de imagem e som foi a que
registrou melhor desempenho,
com crescimento de 0,09% em
comparação a 2000. A linha branca caiu 3%, e os eletroportáteis registraram queda de 10,81%.
Paulo Saab diz que o setor de
eletroeletrônicos, um dos cinco
mais importantes do país, tem
marcado passo nos últimos anos.
Ele atribui a culpa aos juros altos,
à falta da reforma tributária (a
chamada desoneração da produção) e à política cambial. "O governo continua sem dar prioridade ao setor", diz Saab.
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