São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda fecha com baixa de 0,29%, a R$ 2,368; Argentina e possíveis entradas de recursos ditam operações

Dólar cai com expectativa de captações

DA REPORTAGEM LOCAL

Após passar a maior parte do dia em alta, o dólar fechou ontem em baixa de 0,29%, cotado a R$ 2,368. Na semana, a moeda norte-americana acumula desvalorização de 1,42%. O dia foi de bastante oscilação -a moeda atingiu alta de 0,97% e queda de 0,76%- e de vários boatos para explicar o comportamento das cotações.
Até o início da tarde, com o dólar em alta, a avaliação era que as negociações eram nervosas por conta das complicações no cenário argentino. O governo proibiu os saques em dólares. Os correntistas só poderão fazer retiradas em pesos, pela cotação oficial.
Dessa forma, vão perder parte de seus depósitos, porque o câmbio oficial vale menos do que o flutuante. A moeda argentina foi cotada a mais de dois pesos por um dólar ontem.
O temor é sobre qual será a reação da população. Desde o final do ano passado, o mercado avalia que uma crise econômica ou política já estaria contida no atual valor dos ativos.
Mas uma crise social, que poderia até culminar com a queda de mais um presidente argentino, agravaria ainda mais a tensão, de uma forma imprevista.
Mais tarde, a Argentina deixou o centro das atenções e a moeda começou a cair. A queda foi, novamente, atribuída a boatos.
Falava-se, entre operadores, na entrada de recursos por parte da Votorantim e de outras empresas, fechamento de contratos de exportações e até uma nova captação brasileira, desta vez em euros. As tesourarias dos bancos, antecipando esses ingressos, teriam vendido a moeda.
"O fluxo tem definido a cotação do dólar nos últimos dias. Pela manhã, houve saída de recursos. Pela tarde, ingressos", avalia Carlos Henrique de Abreu, da corretora Socopa. "Se a Argentina fosse foco de preocupação, a tendência de alta não teria sido invertida."
Para a Bolsa, o dia também foi volátil. O Ibovespa subiu 0,56%. O destaque foram as ações preferenciais da Celesc, com alta de 10,4%.
O papel repercutiu decisão do governo de Santa Catarina, que aprovou a lei que autoriza a cisão da empresa em três. Distribuição e geração continuarão sob o controle do Estado. No setor de telecomunicações, haverá participação minoritária do governo estadual. Essa alta impulsionou as valorizações das elétricas, que sofreram fortes baixas na semana passada. (ANA PAULA RAGAZZI)



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