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MERCADO FINANCEIRO
Moeda fecha com baixa de 0,29%, a R$ 2,368; Argentina e possíveis entradas de recursos ditam operações
Dólar cai com expectativa de captações
DA REPORTAGEM LOCAL
Após passar a maior parte do
dia em alta, o dólar fechou ontem
em baixa de 0,29%, cotado a R$
2,368. Na semana, a moeda norte-americana acumula desvalorização de 1,42%. O dia foi de bastante
oscilação -a moeda atingiu alta
de 0,97% e queda de 0,76%- e de
vários boatos para explicar o
comportamento das cotações.
Até o início da tarde, com o dólar em alta, a avaliação era que as
negociações eram nervosas por
conta das complicações no cenário argentino. O governo proibiu
os saques em dólares. Os correntistas só poderão fazer retiradas
em pesos, pela cotação oficial.
Dessa forma, vão perder parte
de seus depósitos, porque o câmbio oficial vale menos do que o
flutuante. A moeda argentina foi
cotada a mais de dois pesos por
um dólar ontem.
O temor é sobre qual será a reação da população. Desde o final
do ano passado, o mercado avalia
que uma crise econômica ou política já estaria contida no atual valor dos ativos.
Mas uma crise social, que poderia até culminar com a queda de
mais um presidente argentino,
agravaria ainda mais a tensão, de
uma forma imprevista.
Mais tarde, a Argentina deixou
o centro das atenções e a moeda
começou a cair. A queda foi, novamente, atribuída a boatos.
Falava-se, entre operadores, na
entrada de recursos por parte da
Votorantim e de outras empresas,
fechamento de contratos de exportações e até uma nova captação brasileira, desta vez em euros.
As tesourarias dos bancos, antecipando esses ingressos, teriam
vendido a moeda.
"O fluxo tem definido a cotação
do dólar nos últimos dias. Pela
manhã, houve saída de recursos.
Pela tarde, ingressos", avalia Carlos Henrique de Abreu, da corretora Socopa. "Se a Argentina fosse
foco de preocupação, a tendência
de alta não teria sido invertida."
Para a Bolsa, o dia também foi
volátil. O Ibovespa subiu 0,56%. O
destaque foram as ações preferenciais da Celesc, com alta de 10,4%.
O papel repercutiu decisão do
governo de Santa Catarina, que
aprovou a lei que autoriza a cisão
da empresa em três. Distribuição
e geração continuarão sob o controle do Estado. No setor de telecomunicações, haverá participação minoritária do governo estadual. Essa alta impulsionou as valorizações das elétricas, que sofreram fortes baixas na semana passada.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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