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INDÚSTRIA
Governo receberá sugestões que não dependem de reformas estruturais
Fiesp propõe plano de "crescimento já"
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) deverá preparar um documento a
ser entregue ao novo governo
com propostas para o país voltar a
crescer sem esperar a aprovação
de reformas estruturais.
Entre essas medidas, a Fiesp deverá propor no documento sugestões para a redução do spread
bancário (taxa de risco cobrada
pelos bancos nos empréstimos)
para baixar os juros e aumentar o
crédito ao setor privado.
A decisão da elaboração desse
documento foi tomada ontem
durante a primeira reunião deste
ano do conselho superior de economia da Fiesp. O órgão irá encaminhar à diretoria da Fiesp a elaboração do documento.
A reunião de ontem contou a
presença, entre outros, das seguintes pessoas: Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp, Ivoncy
Ioschpe, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Paulo Cunha
(grupo Ultra), Flávio Telles de
Menezes (ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira), Alfredo
Rizkallah, ex- presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo), Roberto Mangels, Sérgio
Haberfeld (Toga) e Antônio Barros de Castro (UFRJ).
O documento com sugestões
para a retomada do crescimento
foi chamado de agenda do crescimento ou ideologia do crescimento. De acordo com a análise
da Fiesp, o Brasil já está há muito
tempo estagnado e precisa adotar
medidas rápidas para voltar a
crescer. A Fiesp acha que há formas de o país retomar o crescimento sem a necessidade de esperar a aprovação das reformas como a da Previdência.
O documento da Fiesp deverá
dar ênfase também à idéia de fazer do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) o principal executor de
uma nova política industrial. Os
empresários apoiaram também a
idéia de o BNDES adotar medidas
de apoio às exportações por parte
das pequenas e médias empresas.
A parte mais polêmica da reunião de ontem foi quando se discutiu as primeiras semanas do
novo governo. Uma boa parte dos
empresários manifestou preocupação com a queda do dólar dos
R$ 3,65 para cerca de R$ 3,30.
Para muitos dos presentes, não
seria aconselhável para a balança
comercial o dólar cair mais em relação ao real. Alguns empresários
defenderam o dólar alto para
manter as exportações e ainda poder reduzir os juros.
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