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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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INDÚSTRIA

Governo receberá sugestões que não dependem de reformas estruturais

Fiesp propõe plano de "crescimento já"

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) deverá preparar um documento a ser entregue ao novo governo com propostas para o país voltar a crescer sem esperar a aprovação de reformas estruturais.
Entre essas medidas, a Fiesp deverá propor no documento sugestões para a redução do spread bancário (taxa de risco cobrada pelos bancos nos empréstimos) para baixar os juros e aumentar o crédito ao setor privado.
A decisão da elaboração desse documento foi tomada ontem durante a primeira reunião deste ano do conselho superior de economia da Fiesp. O órgão irá encaminhar à diretoria da Fiesp a elaboração do documento.
A reunião de ontem contou a presença, entre outros, das seguintes pessoas: Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp, Ivoncy Ioschpe, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Paulo Cunha (grupo Ultra), Flávio Telles de Menezes (ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira), Alfredo Rizkallah, ex- presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), Roberto Mangels, Sérgio Haberfeld (Toga) e Antônio Barros de Castro (UFRJ).
O documento com sugestões para a retomada do crescimento foi chamado de agenda do crescimento ou ideologia do crescimento. De acordo com a análise da Fiesp, o Brasil já está há muito tempo estagnado e precisa adotar medidas rápidas para voltar a crescer. A Fiesp acha que há formas de o país retomar o crescimento sem a necessidade de esperar a aprovação das reformas como a da Previdência.
O documento da Fiesp deverá dar ênfase também à idéia de fazer do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o principal executor de uma nova política industrial. Os empresários apoiaram também a idéia de o BNDES adotar medidas de apoio às exportações por parte das pequenas e médias empresas.
A parte mais polêmica da reunião de ontem foi quando se discutiu as primeiras semanas do novo governo. Uma boa parte dos empresários manifestou preocupação com a queda do dólar dos R$ 3,65 para cerca de R$ 3,30.
Para muitos dos presentes, não seria aconselhável para a balança comercial o dólar cair mais em relação ao real. Alguns empresários defenderam o dólar alto para manter as exportações e ainda poder reduzir os juros.


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