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BARRIL DE PÓLVORA
Estoque dos EUA e greve na Venezuela ajudam na alta de preços
Arma no Iraque pressiona petróleo
DA REDAÇÃO
As declarações de Hans Blix,
chefe do grupo de inspeção de armas da ONU (Organização das
Nações Unidas) a respeito do Iraque, o baixo volume dos reservatórios de petróleo nos Estados
Unidos e a longa greve que atinge
a Venezuela. Essas são as razões
apontadas para que o preço do
petróleo chegasse ontem à sua
maior cotação nos mercados internacionais desde novembro de
2000, no sexto dia seguido de alta.
Em Nova York, o barril fechou
cotado a US$ 33,66, alta de 1,36%
em relação à quarta-feira. No ano,
a alta chega a 7,88%. Em Londres,
a alta foi de 1,38%, com o barril
custando US$ 31,65. Só em 2003 o
tipo brent acumula alta de
10,43%.
Blix disse que o Iraque teria que
fazer muito mais do que vem fazendo até agora e dar evidências
de que não possui armas de destruição em massa. "A outra opção
é uma ação armada", avisou Blix.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse que o tempo para
que Bagdá coopere com as exigências da ONU estava se acabando e que a paciência dos Estados
Unidos se esgotaria "em algum
ponto no tempo".
Uma queda maior do que a esperada nos estoques norte-americanos de petróleo na semana passada também influenciou fortemente a subida dos preços. A Administração de Informação de
Energia dos EUA divulgou que os
estoques americanos de petróleo
caíram 6,4 milhões de barris na
semana que terminou em 10 de janeiro e chegou a 272,3 milhões de
barris.
O órgão disse que os estoques
estão agora 3 milhões de barris
acima do nível operacional mais
baixo, de 270 milhões de barris.
A greve na Venezuela, país que
era o principal exportador de petróleo para os EUA, está na sétima
semana, prejudicando o volume
de estoques do maior consumidor mundial do produto.
Na última semana, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu aumentar
a cota de produção de petróleo
em 1,5 milhão de barris por dia a
produção diária de petróleo do
cartel. Atualmente, a cota é de 23
milhões de barris por dia e passaria a 24,5 milhões enquanto durasse a greve na Venezuela e até
que a cotação do produto voltasse
a um patamar considerado "razoável" pela Opep, isto é, entre
US$ 22 e US$ 28 o barril.
A medida visa suprir a lacuna
deixada pela paralisação da produção da Venezuela, que era de
2,5 milhões de barris diários. Analistas avisaram, porém, que o aumento da cota poderia ser inócuo.
Isso porque os membros do cartel
já produzem mais do que determina a cota atual e a decisão de
aumentá-la, portanto, não traria
mais petróleo ao mercado.
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