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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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BARRIL DE PÓLVORA

Estoque dos EUA e greve na Venezuela ajudam na alta de preços

Arma no Iraque pressiona petróleo

DA REDAÇÃO

As declarações de Hans Blix, chefe do grupo de inspeção de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) a respeito do Iraque, o baixo volume dos reservatórios de petróleo nos Estados Unidos e a longa greve que atinge a Venezuela. Essas são as razões apontadas para que o preço do petróleo chegasse ontem à sua maior cotação nos mercados internacionais desde novembro de 2000, no sexto dia seguido de alta.
Em Nova York, o barril fechou cotado a US$ 33,66, alta de 1,36% em relação à quarta-feira. No ano, a alta chega a 7,88%. Em Londres, a alta foi de 1,38%, com o barril custando US$ 31,65. Só em 2003 o tipo brent acumula alta de 10,43%.
Blix disse que o Iraque teria que fazer muito mais do que vem fazendo até agora e dar evidências de que não possui armas de destruição em massa. "A outra opção é uma ação armada", avisou Blix.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que o tempo para que Bagdá coopere com as exigências da ONU estava se acabando e que a paciência dos Estados Unidos se esgotaria "em algum ponto no tempo".
Uma queda maior do que a esperada nos estoques norte-americanos de petróleo na semana passada também influenciou fortemente a subida dos preços. A Administração de Informação de Energia dos EUA divulgou que os estoques americanos de petróleo caíram 6,4 milhões de barris na semana que terminou em 10 de janeiro e chegou a 272,3 milhões de barris.
O órgão disse que os estoques estão agora 3 milhões de barris acima do nível operacional mais baixo, de 270 milhões de barris.
A greve na Venezuela, país que era o principal exportador de petróleo para os EUA, está na sétima semana, prejudicando o volume de estoques do maior consumidor mundial do produto.
Na última semana, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu aumentar a cota de produção de petróleo em 1,5 milhão de barris por dia a produção diária de petróleo do cartel. Atualmente, a cota é de 23 milhões de barris por dia e passaria a 24,5 milhões enquanto durasse a greve na Venezuela e até que a cotação do produto voltasse a um patamar considerado "razoável" pela Opep, isto é, entre US$ 22 e US$ 28 o barril.
A medida visa suprir a lacuna deixada pela paralisação da produção da Venezuela, que era de 2,5 milhões de barris diários. Analistas avisaram, porém, que o aumento da cota poderia ser inócuo. Isso porque os membros do cartel já produzem mais do que determina a cota atual e a decisão de aumentá-la, portanto, não traria mais petróleo ao mercado.


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