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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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CRISE

Déficit público estoura teto da UE

Alemanha tem menor crescimento em 9 anos

DA REDAÇÃO

A economia da Alemanha permaneceu praticamente estagnada nos três últimos meses do ano passado e encerrou 2002 com um inexpressivo avanço de 0,2%, o mais baixo índice desde a recessão de 1993. Como resultado, o país estourou o limite de déficit público estabelecido para os países da União Européia.
A maior economia da Europa havia crescido 0,6% em 2001. A Alemanha tem registrado os piores índices do continente. A França, por exemplo, de acordo com números também divulgados ontem, registrou uma expansão de 1,1% no ano passado.
Segundo o órgão federal de estatísticas do país, o déficit público ficou em 3,7% do PIB (Produto Interno Bruto). O percentual é bem superior ao limite determinado pelo pacto de estabilidade da UE, que prevê um teto de 3%. Para analistas, a meta deverá ser estourada novamente neste ano.
"Não há motivos para pessimismo quanto à economia", disse o ministro da Economia e do Emprego, Wolfgang Clement, na tentativa de reduzir o impacto negativo da notícia. Mas a equipe econômica já reconheceu que cortará de 1,5% para 1% sua estimativa de crescimento para este ano.
O desempenho de 2002 ficou muito aquém de todas as projeções feitas pelo governo alemão. A primeira estimativa, divulgada no final de 2001, indicava um crescimento esperado de 2,75% para o ano passado. A última revisão, feita no fim do ano, já falava em uma taxa de 0,5%, mas o índice final (0,2%) foi ainda pior.
Segundo Johann Hahlen, diretor do instituo de pesquisas econômicas do país, a economia só não sofreu uma contração no ano passado devido às exportações. "De uma maneira geral, os resultados foram decepcionantes, a exemplo de 2001", afirmou.
Depois do boom provocado pela reunificação, em 1990, a Alemanha enfrentou uma contração de 1,1% em 1993. Desde então, o resultado não era tão fraco como o do ano passado.
Os maus números reaqueceram o debate sobre a necessidade de reformas estruturais para realimentar a economia do país. O governo deverá apresentar, entre outras propostas, medidas para a flexibilização do mercado de trabalho. O desemprego no país está em torno de 10%.


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