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Fed vê "ritmo mais lento" na economia
Para banco central dos EUA, país não entrou em recessão no final de 2007, mas teve crescimento modesto da atividade
Vendas no fim de 2007 foram "desapontadoras" e o cenário para o varejo é "cauteloso", diz relatório; inflação vai a 4,1%, maior índice desde 1990
DA REDAÇÃO
A economia americana não
mostrou sinais de recessão nos
últimos dias do ano passado,
mas de um "ritmo mais lento de
crescimento". A análise está no
"Livro Bege", a compilação de
dados econômicos realizada
pelas 12 divisões regionais do
Fed (Federal Reserve, o banco
central dos Estados Unidos).
Segundo o levantamento, "a
atividade econômica cresceu
modestamente durante o período da pesquisa", realizada
entre 17 de novembro de 2007 e
7 de janeiro, mas em um ritmo
inferior ao do período anterior
(entre outubro e novembro do
ano passado). Na ocasião, o Fed
falava em "ritmo reduzido".
O estudo aponta alguns indicadores preocupantes para a
principal economia mundial.
As vendas de final de ano foram
"desapontadoras" e o cenário
para o varejo neste ano é "cauteloso", um sinal de que os consumidores americanos estão
reticentes na hora de gastar,
preocupados com os rumos da
economia. Os gastos do consumidor respondem por cerca de
70% do PIB americano.
Sobre o mercado imobiliário,
cujos problemas desencadearam a atual crise nos EUA, o
banco central americano diz
que as condições na maioria deles "permaneceram bastante
fracas" no final do ano passado.
Para o primeiro semestre deste
ano, o Fed prevê que o setor
continuará "fraco".
A compilação diz ainda que
se desaceleraram no final de
2007 os negócios e os empréstimos para consumidores por
parte dos bancos. Um aperto no
crédito deve se traduzir em menos dinheiro para empresas e
consumidores, o que significa
menos gastos na economia.
A expectativa é que o Fed reduza os juros em 0,50 ponto
percentual na sua reunião no
fim do mês. O organismo reduziu a taxa em seus três últimos
encontros, em um total de um
ponto percentual, a 4,25%.
E os dados da inflação ao consumidor (CPI) divulgados ontem aumentaram a expectativa
de corte. O índice subiu 0,3%
em dezembro, depois de avançar 0,8% no mês anterior, e fechou 2007 em 4,1%, a maior alta anual desde 1990. O núcleo
da inflação -que exclui alimentos e energia- subiu 0,2%
e terminou o ano em 2,4%.
Apesar de a alta nos preços
ter sido maior que a desejada
pelo Fed, ela não deve impedir,
segundo analistas, um novo
corte na taxa de juros.
O temor de recessão dos EUA
também fez a Agência Internacional de Energia reduzir as
suas previsões de consumo de
petróleo neste ano, o que ajudou a derrubar os preços ontem. Em Nova York, o barril
chegou a ficar abaixo dos US$
90, mas terminou o dia valendo
US$ 90,84, queda de 1,15%.
Também foi divulgado ontem o índice de produção industrial dos Estados Unidos,
que ficou estável no último mês
de 2007 e encerrou o ano com
alta de 1,5%.
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