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outro lado
Empresa diz exercer direito constitucional
DA REPORTAGEM LOCAL
O laboratório francês Sanofi-Aventis afirmou, por
meio de nota, que "sempre
defende os seus direitos dentro da ética e da legislação do
país em vigor".
Em agosto, a empresa foi
condenada em primeira instância, por "litigância de má-fé", por ter entrado com pedido de extensão de patente
no exato dia do vencimento.
A Pfizer não quis comentar
por ainda não ter sido informada dos ofícios e da ofensiva da Secretaria de Direito
Econômico, do Inpi e de demais órgãos para impedir os
laboratórios de estender as
patentes de remédios.
Em nota, a empresa informa que "até agora não recebeu nenhum ofício da SDE
sobre o tema. Dessa forma,
não há como a empresa comentar o assunto".
A Novartis também não
havia recebido, até sexta, nenhuma notificação da SDE.
Para o advogado Joaquim
Goulart, do Dannemann &
Siemsen, que representa a
Novartis nas ações contra o
Inpi, "entrar com ação para
discutir prazo de patente por
si só não pode ser considerado ato protelatório". Ele diz:
"A Novartis tem milhares,
milhares mesmo, de patentes no Brasil. Está discutindo
quatro porque houve erro do
Inpi", diz ele. "Ninguém pode impedir as companhias de
buscar seus direitos."
O advogado afirma que as
ações de extensão de patentes do "pipeline" [mecanismo por meio do qual o Brasil
reconheceu direitos concedidos por outros países antes
de a lei nacional entrar em
vigor] são poucas -cerca de
50, considerando que a lista
conta com cerca de 1.100
produtos protegidos.
"No nosso entendimento,
em algumas das patentes do
"pipeline", houve erro na hora
do estabelecimento do termo final", diz.
"A única saída que tivemos
foi ingressar com ações judiciais." Para ele, a SDE "exagera" ao abrir processos acusando empresas de ação anticoncorrencial.
Segundo Goulart, o fato de
também haver decisões judiciais favoráveis a algumas
empresas demonstra que
"elas tinham direito". "A
SDE, então, que processe o
juiz", afirmou.
Para o advogado, a ação da
SDE atende ao lobby da indústria de genéricos. "Só
posso entender que tem alguma coisa estranha, só pode
ser lobby de genéricos."
O advogado considera o fato de a SDE pedir esclarecimentos sobre as ações "uma
forma de coerção para impedir a indústria de entrar com
ação judicial. Isso não existe
em Estado de Direito".
É uma referência ao direito de acesso ao Judiciário
previsto na Constituição.
Os grandes laboratórios
dizem que não receberam a
notificação da SDE.
(MA e MB)
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