São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 1998.



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MERCADO FINANCEIRO
Queda da Bovespa recua para 3,6% no ano

SÉRGIO LÍRIO
da Reportagem Local

O feriado de segunda-feira nos EUA, em comemoração do nascimento do líder negro Martin Luther King, fez com que o mercado brasileiro de ações, que nos últimos tempos se move exclusivamente em função de Wall Street, caminhasse em marcha lenta.
A Bolsa de Nova York esteve em alta durante todo o pregão, impulsionada pela nova recuperação dos mercados asiáticos, mas os investidores norte-americanos operaram já em ritmo de feriado.
O mercado de "bradies", títulos das dívidas externas da América Latina, por exemplo, fechou mais cedo. Isso ajudou a segurar as cotações dos papéis, entre eles os C-Bonds, da dívida brasileira, que pagavam ontem "spread", a taxa a mais, de 625 pontos em relação aos títulos norte-americanos.
A Bovespa subiu 3,36%, mas o volume negociado, de R$ 420 milhões, voltou a ficar abaixo da média de R$ 600 milhões das últimas semanas. A Bovespa acumula agora queda de 3,6% no ano.
Apesar do baixo volume, o fato de algumas "blue chips" terem tido valorização superior às da Telebrás animou alguns analistas.
As "blue chips" são ações muito negociadas na Bolsa, em geral de empresas de grande porte. Nos últimos tempos, por causa da instabilidade internacional, os negócios vinham se concentrando muito nos papéis da Telebrás, a estrela do mercado de ações.
Ontem, porém, as ações da Petrobrás foram bem negociadas, com participação de 10,2% no volume total da Bovespa, e alta de 3,63% nos papéis preferenciais. Vale, Eletrobrás e Telesp também tiveram um bom desempenho.
Para alguns analistas, isso mostra que existem compradores no mercado para outros papéis, o que pode levar a Bolsa a operar em alta na próxima semana, se a situação na Ásia não piorar.
Com a calmaria interna e externa, dólar e juros recuaram. As taxas de DI (interbancário) no longo prazo, que estavam acima dos 39% ao ano, se aproximaram dos atuais 38% da TBC, a taxa básica. O dólar, a R$ 1,127 para contratos que vencem em fevereiro, caiu 0,11%.
O Banco Central alterou ontem a minibanda, faixa informal de flutuação do dólar. A correção de 0,10% foi mantida, o que leva a uma desvalorização de 0,3% no mês. A nova minibanda varia de R$ 1,190 a R$ 1,240.



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