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FRANGO
Empresas demitem 744 funcionários e transferem a produção para Santa Catarina, Paraná e Centro-Oeste
Sadia e Perdigão fecham unidades em SP
MAURO ARBEX
da Reportagem Local
LUCIANA FINAZZI
da Folha Ribeirão
A Sadia e a Perdigão estão desativando as suas unidades de abate de
frango no Estado de São Paulo.
O encerramento das duas unidades provocou a demissão de um
total de 744 pessoas.
A forte concorrência dos abatedouros clandestinos e a necessidade de se tornarem mais competitivas levaram as duas maiores empresas de processamento de frango do país a redirecionar a produção para Santa Catarina, Paraná e
região Centro-Oeste.
A Sadia anunciou ontem que vai
desativar, no próximo dia 29, a
unidade de Américo Brasiliense
(285 km de São Paulo), cuja capacidade diária é de 120 mil frangos/dia, cerca de 10% da produção
total da empresa. A Sadia estava
instalada em Américo Brasiliense
há 18 anos.
Os 704 funcionários da unidade
já foram demitidos, mas a Sadia
tenta encontrar ainda interessados
em comprar o abatedouro.
Segundo o diretor de Relações de
Mercado da Sadia, José Fernando
Monteiro Alves, a empresa está estudando uma forma de diminuir o
"impacto econômico" das demissões."Estamos tentando vender a
unidade. Mas não tem nada certo", disse.
O gerente da unidade de Américo Brasiliense, Jorge Pasianot, disse que os funcionários começaram
a receber as indenizações e avisos
prévios anteontem.
"É uma pena, mas são os sinais
da globalização", disse.
A Perdigão encerrou na última
segunda-feira a operação da unidade que possuía no município de
Mococa, no norte do Estado, no
qual abatia 22 mil aves por dia. Foram demitidas 40 pessoas.
Segundo Luiz Fernando Furlan,
presidente do conselho de administração da Sadia, a produção de
Américo Brasiliense vai ser distribuída nas outras seis unidades que
a Sadia possui em Santa Catarina,
Paraná e Mato Grosso.
"Vamos concentrar os abates
nas plantas que se mostrarem mais
competitivas para a empresa e que
possuem melhor estrutura", diz
Furlan.
Conforme o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, "a unidade de Mococa tinha problemas
ambientais (havia necessidade de
investimentos no controle de dejetos) e estava muito próximo da cidade". A empresa tem hoje quatro
unidades em Santa Catarina e no
Rio Grande do Sul e abate, por dia,
cerca de 900 mil aves.
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