São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 1998.



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FRANGO
Empresas demitem 744 funcionários e transferem a produção para Santa Catarina, Paraná e Centro-Oeste
Sadia e Perdigão fecham unidades em SP

MAURO ARBEX
da Reportagem Local

LUCIANA FINAZZI
da Folha Ribeirão

A Sadia e a Perdigão estão desativando as suas unidades de abate de frango no Estado de São Paulo.
O encerramento das duas unidades provocou a demissão de um total de 744 pessoas.
A forte concorrência dos abatedouros clandestinos e a necessidade de se tornarem mais competitivas levaram as duas maiores empresas de processamento de frango do país a redirecionar a produção para Santa Catarina, Paraná e região Centro-Oeste.
A Sadia anunciou ontem que vai desativar, no próximo dia 29, a unidade de Américo Brasiliense (285 km de São Paulo), cuja capacidade diária é de 120 mil frangos/dia, cerca de 10% da produção total da empresa. A Sadia estava instalada em Américo Brasiliense há 18 anos.
Os 704 funcionários da unidade já foram demitidos, mas a Sadia tenta encontrar ainda interessados em comprar o abatedouro.
Segundo o diretor de Relações de Mercado da Sadia, José Fernando Monteiro Alves, a empresa está estudando uma forma de diminuir o "impacto econômico" das demissões."Estamos tentando vender a unidade. Mas não tem nada certo", disse.
O gerente da unidade de Américo Brasiliense, Jorge Pasianot, disse que os funcionários começaram a receber as indenizações e avisos prévios anteontem.
"É uma pena, mas são os sinais da globalização", disse.
A Perdigão encerrou na última segunda-feira a operação da unidade que possuía no município de Mococa, no norte do Estado, no qual abatia 22 mil aves por dia. Foram demitidas 40 pessoas.
Segundo Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da Sadia, a produção de Américo Brasiliense vai ser distribuída nas outras seis unidades que a Sadia possui em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso.
"Vamos concentrar os abates nas plantas que se mostrarem mais competitivas para a empresa e que possuem melhor estrutura", diz Furlan.
Conforme o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, "a unidade de Mococa tinha problemas ambientais (havia necessidade de investimentos no controle de dejetos) e estava muito próximo da cidade". A empresa tem hoje quatro unidades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e abate, por dia, cerca de 900 mil aves.



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