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Empresa cai para 2º em valor de mercado na América Latina
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Estudo realizado pela consultoria Economática mostra
que a Petrobras deixou de ser a
empresa com maior valor de
mercado da América Latina.
Ela ocupava a liderança desde
2003, mas foi ultrapassada pela
empresa de telecomunicações
mexicana América Móvil.
Em 21 de janeiro, a América
Móvil realizou uma emissão de
ações para incorporar sua controladora, a América Telecom,
e desde então passou a ser a
empresa com maior valor. Até o
dia 15 deste mês, ela representava US$ 117,590 bilhões. A
América Móvil, do bilionário
Carlos Slim, é a maior empresa
do México. No Brasil, ela controla a Claro e a Embratel, além
de ter participação na Net.
Para Fernando Exel, sócio da
Economática, o resultado reflete o dinamismo da economia
mexicana. "Isso é uma demonstração de crescimento
mais vigoroso no México, já que
empresa de celular depende
principalmente do mercado interno para crescer."
A Petrobras aparece em segundo, com US$ 98,659 bilhões
neste mês. "O valor de mercado
é reflexo do preço da cotação
dos papéis em Bolsa. À medida
que a cotação cai, o valor da empresa é afetado", explica a analista da corretora ABN Amro
Real, Gina Montone.
O ranking considera a cotação ao final de dezembro e no
dia 15 deste mês multiplicado
pelo número de ações em circulação de cada série (ordinais ou
preferenciais). Os dados são
computados em dólar.
Desde dezembro, a avaliação
da Petrobras em Bolsa foi prejudicada pela queda no preço
do petróleo. Segundo Montone,
o preço médio do Brent em dezembro era de US$ 62,31. Em
janeiro, esse valor caiu para
US$ 54,30. "Historicamente, o
preço da ação da Petrobras está
relacionado no curto prazo à
cotação do barril", disse.
No final de dezembro, o valor
de mercado da estatal brasileira era de US$ 107,7 bilhões. O
fato de ter caído para menos de
US$ 99 bilhões neste mês mostra como sua cotação oscila.
PAC
Recentemente, o papel sofreu também os efeitos da divulgação de resultados abaixo
das expectativas e da antecipação de investimentos para realização de obras previstas no
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), do governo.
Segundo Felipe Cunha, analista do banco Brascan, o mercado teme que a revisão do plano de investimentos da companhia priorize obras mais relevantes para o país e não necessariamente para a companhia.
Conforme o PAC, a Petrobras
ficou de investir R$ 171,7 bilhões dos R$ 503,9 bilhões de
todo o plano, que inclui obras
previstas até 2010. Só em 2007
serão investidos R$ 55 bilhões.
O acordo entre Brasil e Bolívia para elevar o preço do gás é
outro fator de tensão por mostrar ingerência política na estatal. "O governo, ao ceder a pressões da Bolívia, passou por cima dos interesses da Petrobras", diz relatório da analista
Fabiana D'Atri, da Tendências.
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