São Paulo, Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 1999
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MERCADO TENSO
A afirmação é de Michel Camdessus, diretor-gerente do FMI
Ajuda financeira à Rússia depende de plano anticrise

das agências internacionais

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Michel Camdessus, afirmou ontem à imprensa russa que o socorro financeiro ao país depende da capacidade de o governo elaborar um programa anticrise eficaz e de colocar em marcha uma política de austeridade.
Em uma declaração otimista ao diário russo "Novie Izvestia", Camdessus descartou "cenários apocalípticos" para a Rússia e afirmou que o país "tem futuro". Ele prometeu a colaboração do FMI e disse que confiava no primeiro-ministro, Evguêni Primakov.
Para o diretor-gerente do FMI, é preciso "decisão, resultados e supremacia da lei" para recuperar a confiança dos investidores e os créditos congelados pelo organismo internacional.
"Quando a Rússia apresentar um programa bem calculado para sair da crise econômica e levar a cabo uma rígida política fiscal, serei o primeiro a propor a meus colegas que concedamos a Moscou novos pacotes de ajuda", acrescentou Camdessus.
O diretor-gerente do FMI afirmou que a grave crise econômica, financeira e social enfrentada pela Rússia desde agosto passado se deve ao impacto simultâneo de "potentes fatores negativos" mundiais, como a queda dos preços do petróleo, e outros propriamente russos -entre os quais, má gestão, evasão de impostos, fuga de capitais e corrupção.
Camdessus afirmou que, no final de 97, a Rússia teve possibilidade real de inverter a situação e alcançar um crescimento econômico, "mas depois as reformas se estancaram". Os governantes russos, que pediam cada vez mais créditos ao FMI, em geral "não cumpriam com sua palavra", afirmou Camdessus.


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