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MERCADO TENSO
A afirmação é de Michel Camdessus, diretor-gerente do FMI
Ajuda financeira à Rússia depende de plano anticrise
das agências internacionais
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Michel Camdessus, afirmou ontem à
imprensa russa que o socorro financeiro ao país depende da capacidade de o governo elaborar um
programa anticrise eficaz e de colocar em marcha uma política de
austeridade.
Em uma declaração otimista ao
diário russo "Novie Izvestia",
Camdessus descartou "cenários
apocalípticos" para a Rússia e afirmou que o país "tem futuro". Ele
prometeu a colaboração do FMI e
disse que confiava no primeiro-ministro, Evguêni Primakov.
Para o diretor-gerente do FMI, é
preciso "decisão, resultados e supremacia da lei" para recuperar a
confiança dos investidores e os
créditos congelados pelo organismo internacional.
"Quando a Rússia apresentar um
programa bem calculado para sair
da crise econômica e levar a cabo
uma rígida política fiscal, serei o
primeiro a propor a meus colegas
que concedamos a Moscou novos
pacotes de ajuda", acrescentou
Camdessus.
O diretor-gerente do FMI afirmou que a grave crise econômica,
financeira e social enfrentada pela
Rússia desde agosto passado se deve ao impacto simultâneo de "potentes fatores negativos" mundiais, como a queda dos preços do
petróleo, e outros propriamente
russos -entre os quais, má gestão,
evasão de impostos, fuga de capitais e corrupção.
Camdessus afirmou que, no final
de 97, a Rússia teve possibilidade
real de inverter a situação e alcançar um crescimento econômico,
"mas depois as reformas se estancaram". Os governantes russos,
que pediam cada vez mais créditos
ao FMI, em geral "não cumpriam
com sua palavra", afirmou Camdessus.
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