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Sindicato faz greve por salário em dia
da Reportagem Local
Os dois principais sindicatos de
metalúrgicos do país, o de São
Paulo e o do ABC paulista, confirmam o aumento dos conflitos trabalhistas no mês passado verificado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
O Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, filiado à Força Sindical,
realizou greves no mês passado e,
no início de fevereiro, ainda mantinha três paralisações, segundo o
secretário-geral da entidade, Eleno
José Bezerra.
"Muitas empresas estão atrasando os salários, bem mais do que em
dezembro", diz o sindicalista.
O secretário-geral do sindicato
tem até uma explicação para a tendência observada em janeiro nas
empresas.
Segundo ele, com a mudança no
câmbio, os bancos seguraram o
crédito, colocando muitas indústrias em dificuldade.
As empresas que atrasam salário
ou o pagamento das verbas rescisórias dos demitidos tentam ganhar tempo e pedem parcelamento das dívidas, em até 15 vezes, segundo Bezerra.
O sindicalista afirma, contudo,
que muitas empresas têm condição de pagar seus funcionários,
mas deixam o caso ir para a Justiça
porque, até que o acordo seja feito,
já se passaram alguns meses.
"A Justiça do Trabalho aqui no
Brasil é muito lenta", diz Bezerra.
No Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC, filiado à CUT, também se
observa problemas de atraso nos
salários com algumas empresas.
Um dos casos de greve por falta
de pagamento na região do ABC
foi o da Ausprand, um fabricante
de máquinas para corte de metal
de São Bernardo do Campo.
Os trabalhadores ficaram mais
de 20 dias em greve devido ao não
pagamento integral do 13º salário e
parcial dos salários de dezembro e
janeiro.
Uma proposta de acordo feita
pela empresa iria ser avaliada pelos trabalhadores durante o feriado de Carnaval.
Pela negociação
O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
(Grande São Paulo e Baixada Santista), Floriano Vaz da Silva, avalia
que, neste ano, o papel da negociação será importante para evitar um
aumento do número de conflitos
trabalhistas na Justiça.
"Em alguns casos já está havendo
um amadurecimento das partes e a
negociação ocorrida na Ford é um
exemplo", diz Vaz da Silva.
Segundo ele, os trabalhadores
devem iniciar um trabalho no
Congresso Nacional, com os novos
parlamentares, de discussão sobre
formas de proteção contra a inflação e como garantir direitos.
"As centrais sindicais precisam
tirar propostas comuns e agir de
forma coordenada. É preciso coesão em momentos de crise", afirma o presidente do TRT-SP.
A avaliação é de que, em tempos
de crise, alguns direitos dos trabalhadores ficarão ameaçados.
(ME)
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