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MERCADO EDITORIAL
Classes C e D têm maior acesso a produtos culturais; lançamentos incluem fitas de vídeo e CDs
Bancas de jornais diversificam produtos
FERNANDO PAULINO NETO
da Sucursal do Rio
O mercado editorial, que desde a
estabilização de preços do Plano
Real começou a utilizar as bancas
de jornais como um novo canal de
distribuição de livros, está diversificando para outros segmentos,
como CDs e fitas de vídeo.
Nesta semana, será lançada em
São Paulo a coleção ``MPB-Compositores'', uma produção da Editora Globo.
A série deve lançar CDs exclusivos, acompanhados de fascículos,
com produção gráfica de Elifas
Andreatto, a preços compatíveis
com promoções das grandes lojas
de departamentos: R$ 11,90.
O público, segundo a editora
executiva de fascículos da Editora
Globo, Sandra Espilotro, é diversificado.
Vai desde as classes C e D, que
não estão acostumadas a comprar
CDs, até aqueles que já são consumidores e querem fazer uma coleção.
A coleção ``MPB-Compositores'' chega a São Paulo depois de
ter passado por carreira de sucesso
no Rio, apesar de Espilotro não divulgar os números do negócio por
considerá-los estratégicos.
No Rio, a coleção, que já está no
número dez, enfrenta a concorrência de outra série de MPB, publicada em associação da Polygram com a Edições del Palma.
Atualmente, pode-se encontrar,
por exemplo, duas coletâneas diferentes de Gilberto Gil nas bancas
de jornais do Rio. Também podem
ser encontrados nas bancas CDs de
música clássica, jazz e até de cantos gregorianos.
Segundo Espilotro, a idéia de
lançar fascículos acoplados a CDs
começou na Europa, principalmente Espanha e Itália.
O mesmo ocorre com os livros. A
editora italiana Newton Compton
está com uma coleção, a ``Clássicos Econômicos Newton'', que coloca à disposição do leitor brasileiro autores como Nietzsche, Voltaire, Victor Hugo e Baudelaire ao
módico preço de R$ 2.
São livros de cem páginas, em
papel-jornal, que reúnem textos
integrais desses autores. Em geral,
são dois ou três contos reunidos. Já
foram publicados cerca de 20 livros, com tiragem média de 30 mil
exemplares.
Mitzy Maria Olive, sócia da Olive
& Miscow Comunicação Integrada, que fez os lançamentos em
bancas para a editora Record, associada à Altaya, diz que o público-alvo desses livros é uma classe
média não intelectualizada que ganhou poder aquisitivo com o Real.
``São pessoas que, às vezes, ficam até constrangidas de entrar
em uma livraria. Elas vão à banca
comprar um jornal e aproveitam
para adquirir um livro'', diz ela.
Mitzy lembra a diferença entre os
livros vendidos em banca (por cerca de R$ 10, os de capa dura) e os de
livraria (preço de cerca de R$ 20,
os mais baratos).
Ela diz que a Record, em sua coleção ``Supersellers'', de livros
best sellers, teve tiragem de 80 mil
exemplares. ``Quando um livro
vende mais de 3.000 exemplares,
os livreiros dão uma festa'', diz.
As fitas de vídeo vão desde filmes
famosos, editados com fascículos
pela revista ``Caras'', até fitas pornográficas.
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