|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Juros devem ser de 6% ao ano no máximo
DA REPORTAGEM LOCAL
O Procon-SP informa que as lojas que possuem cartão de crédito
próprio sem parceria com instituições financeiras ou administradoras de cartão só podem cobrar juros de 6% ao ano no financiamento aos clientes, como determina a Lei de Usura, de 1933.
Para cobrar juros de mercado,
como fazem as administradoras
de cartões de crédito por meio da
rede bancária, as lojas têm de ser
parceiras de uma instituição financeira autorizada a operar pelo
Banco Central (BC).
"Se o cartão de crédito for só da
loja, ela tem de seguir a Lei de
Usura. Só pode cobrar 6% de juros ao ano. Em caso de atraso, pode cobrar 1% de juros de mora ao
mês [Código Civil] e multa de 2%
[Código de Defesa do Consumidor/. Só isso", diz Alexandre Costa Oliveira, técnico do Procon-SP.
Especulação
O consumidor, diz ele, precisa
prestar atenção nos contratos de
financiamento das lojas, que especificam a operação de cartão.
"Se o cliente perceber que foi lesado, pode pleitear o valor cobrado", afirma Oliveira. A loja que
operar sozinha o cartão de crédito
próprio e cobrar juros acima de
6% ao ano estará praticando agiotagem (especulação).
"Se todos os clientes de lojas que
operam com cartão de crédito pagassem à vista, estaria resolvido o
problema das redes que operam
sozinhas. Só que o consumidor
atrasa o pagamento e isso cria um
problema financeiro, pois só as
instituições financeiras podem
cobrar juros", afirma Walter
Arantes de Moraes, diretor da
Acrefi (Associação Nacional das
Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).
Segundo ele, o lançamento de
cartões de crédito de lojas é um
ótimo negócio para as financeiras. "O CDC [Crédito Direto ao
Consumidor] eletrônico é o futuro das financeiras", afirma. O custo para financiar um cliente por
meio de cartão de crédito, diz, varia de 20% a 50% do custo do
atendimento de um consumidor
pelo sistema tradicional (carnês).
Redução de custo
O grupo Pão de Açúcar, que tem
cerca de 2 milhões de cartões de
crédito nas mãos de clientes (bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Barateiro), informa que a tendência
da empresa é expandir essa forma
de venda porque o custo é menor
do que o do cartão tradicional.
Além disso, o cliente se torna mais
fiel à rede, o que possibilita a elaboração de um perfil mais detalhado do consumidor.
Na linha de cartões próprios, o
grupo Pão de Açúcar opera com o
"private label" (cartão para uso
restrito nas suas lojas) e com o
"co-brand" (pode ser utilizado
também em outros estabelecimentos). Nos dois casos, existem
parcerias com financeiras.
"Nós queremos expandir o uso
dos cartões, mas sempre em parceria com instituições financeiras
e administradoras. Não queremos ter banco", afirma Ricardo
Barreto, diretor de marketing de
produtos financeiros do grupo
Pão de Açúcar.
(FF)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Varejo oferece mais serviços financeiros Índice
|