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ENERGIA
Estatal revê projeto no setor
Petrobras desiste de construir termelétricas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Por causa da crise do setor elétrico e da redução do consumo de
energia, a Petrobras desistiu de
entrar como sócia em dez projetos de termelétricas. Das 26 usinas
de que participaria, como parte
do programa de termeletricidade
lançado pelo governo anterior,
em 2000, a estatal só se mantém
em 16. Dessas, apenas quatro estão em funcionamento.
O investimento total nas 16 termelétricas somará US$ 4,53 bilhões até 2004 -parte desse valor
já foi executado. Cabe à estatal o
desembolso de US$ 1,81 bilhão,
com sua participação média de
40% nos projetos.
Esses investimentos, porém, fizeram a Petrobras amargar um alto prejuízo. Em 2002, a estatal
provisionou R$ 1,55 bilhão em
seu balanço por causa das perdas
com termelétricas
Anunciado em fevereiro de
2000 para resolver o gargalo da
geração de energia, o Programa
Prioritário de Termeletricidade
previa construção de 49 usinas.
Na época, dada a falta de investidores, o governo convocou a Petrobras a participar. Boa parte dos
projetos sofreu atraso em seu cronograma, com a saída de investidores, e muitos podem até mesmo não se concretizar.
Das 16 termelétricas com participação da Petrobras previstas
hoje, há quatro em operação e
quatro em fase de testes -mas
não há, segundo especialistas, demanda para a energia a ser gerada
por essas usinas. Outras duas estão em construção e cinco em fase
de planejamento -essas, também de acordo com especialistas
do setor, não devem sair do papel.
O motivo é a sobra, no mercado,
de energia mais barata do que a
das termelétricas.
Em razão da maior oferta, o preço no MAE (Mercado Atacadista
de Energia) é de apenas R$ 4 por
MW. O custo médio da energia
produzida produzida em uma
térmica e de US$ 38 o MW. O
maior problema é que o insumo,
o gás, é dolarizado, e a maior parte vem da Bolívia. Hoje, segundo a
estatal, são trazidos 11 milhões de
metros cúbicos ao dia, mas, por
conta do contrato, a companhia
paga por 14,3 milhões.
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