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DÍVIDA
Apesar do aumento da lista de inadimplentes, mais devedores limparam o nome
Inadimplência cresce menos no país
DA FOLHA ONLINE
Cerca de 1,4 milhão de pessoas
entraram para a lista de inadimplentes em janeiro no país. No
mesmo mês, 1,2 milhão conseguiu pagar ou renegociar dívidas
e limpar seu nome, numa proporção recorde para o período.
Com o resultado, a regularização das dívidas no crediário atingiu o índice de 86%: para cada
cem novos inadimplentes, 86 (novos ou não) pagaram ou regularizaram suas dívidas, segundo dados divulgados da Serasa, empresa que pesquisa e centraliza dados
sobre inadimplência e crédito.
O saldo, porém, mostra que aumentou o número total de inadimplentes em 200 mil de dezembro para janeiro. O ritmo de expansão da inadimplência, porém,
desacelerou. Em dezembro, entraram no cadastro 1,6 milhão de
inadimplentes para uma regularização do nome de 1,1 milhão de
devedores (saldo de 500 mil).
A regularização de débitos de
janeiro foi 18% superior à média
do ano de 2003, que foi de 73 para
cada 100 inadimplentes, recorde
histórico para um ano. "O consumidor continua priorizando o pagamento das dívidas", disse o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique Almeida.
No ano passado, 24,1 milhões de
pessoas físicas e jurídicas entraram no cadastro de devedores,
mas 17,6 milhões regularizaram
sua situação -maior número já
registrado em um ano.
A Serasa faz levantamento nacional de inadimplência relativa à
emissão de cheques sem fundos,
protesto de títulos, não-pagamento de cartões de créditos e calote
em financiamentos bancários.
Os dados da Serasa têm evolução semelhante aos da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), que registra o movimento na
capital paulista. Na primeira
quinzena de março, 129.684 devedores saíram dos cadastros negativos -alta de 24,2% em relação
ao mesmo período de 2003.
"O receio de ficar desempregado faz com que o consumidor
prefira pagar dívidas a se endividar", disse Marcel Solimeo, economista da ACSP. Para Almeida,
da Serasa, o índice recorde de regularização de dívidas reflete a
desconfiança sobre o futuro.
Essa desconfiança do consumidor foi medida pela Federação do
Comércio do Estado de São Paulo, que identificou neste mês que
76% na região metropolitana de
São Paulo não pretendem comprar nenhum bem durável nos
próximos 60 dias. O índice de intenção de compra (24%) é menor
que os 29,8% do mês passado.
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