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RECEITA ORTODOXA
Volume oferecido ao consumidor cresce pelo 12º mês seguido
Crédito mantém expansão, apesar de aumentos da Selic
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela 12ª vez consecutiva, o volume de crédito nas mãos do consumidor voltou a crescer na comparação com o mês anterior, mostram dados preliminares do Banco Central referentes a fevereiro.
A expansão ocorreu no mesmo
ritmo registrado nos últimos meses. Um dos objetivos do BC ao
elevar a taxa de juros básica da
economia (Selic) é conter a demanda e, portanto, a inflação.
Entretanto, o estoque de crédito
(novas concessões menos amortizações) para pessoas físicas somou R$ 122,7 bilhões no mês passado, um incremento de 2,7% na
comparação com janeiro.
Esses são números preliminares
do próprio Banco Central e representam cerca de 80% do saldo de
crédito. Os dados, deflacionados e
dessazonalizados, foram obtidos
pelo economista Adriano Pitoli,
da consultoria Tendências.
O ritmo de crescimento continua o mesmo porque as linhas de
crédito com garantias melhores e
taxas menores, como o crédito
consignado em folha de pagamento, estão em franco crescimento e porque a confiança do
consumidor na economia, apesar
do recuo neste mês, ainda está em
um patamar elevado.
Além disso, de acordo com Pitoli, a maior estabilidade da economia brasileira vem impedindo
uma elevação mais intensa nas taxas cobradas dos bancos pelo
consumidor -nesse cenário, o
risco de emprestar é menor.
Mesmo assim, a taxa média cobrada pelas instituições financeiras do consumidor deve ficar próxima a 56,2% ao ano em fevereiro,
segundo estimativa da consultoria realizada a partir de informações preliminares do BC, após ter
sido de 55,8% em janeiro e permanecido estável em 55% ao ano
entre agosto e novembro.
Alguns economistas afirmam
que o crescimento até agora inabalável do saldo de crédito ajuda a
estimular uma atitude mais conservadora do Banco Central em
relação à taxa básica.
"Embora o atual ritmo de concessões já comece a sugerir uma
revisão para cima na nossa projeção de crescimento de 8,5% no
saldo de crédito para pessoa física,
continuamos considerando que
um ritmo de expansão muito superior ao projetado seja pouco
coerente com os objetivos da política monetária", diz texto da Tendências assinado por Pitoli.
No caso das novas concessões
(novos empréstimos), também
houve alta em fevereiro na comparação com o mês anterior, de
2%. Em janeiro na comparação
com dezembro do ano passado,
no entanto, houve recuo, de 3,3%.
"Acho que não é um indício de
desaceleração, porque a queda foi
principalmente em cheque especial, que é uma linha de curto prazo e que tem menor influência sobre o saldo de crédito. As linhas
de prazo mais longo continuam
fortes", diz o economista.
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