São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Importação de soja
A quebra na safra de soja é tão grande no Rio Grande do Sul que o Estado deverá importar a oleaginosa para movimentar as indústrias locais. As importações deverão ser do Paraguai e de outros Estados. A afirmação é de Carlo Lovatelli, da Abag e da Abiove.

Efeito câmbio
Em seminário realizado ontem pela Abag sobre o impacto do câmbio no agronegócio, Lovatelli disse que o dólar, para não afetar os negócios no setor, deveria custar R$ 3. Neste ano, o agronegócio recebe a influência negativa da conjunção de três fatores: real valorizado, preços baixos das commodities e risco Brasil, diz ele.

De olho na moeda
Para Emílo Garófalo, ex-Banco Central, o câmbio afeta o agronegócio, mas a empresa tem de ter o foco na sua moeda (ou na sua matéria-prima básica), e fazer hedge. Frigoríficos, por exemplo, não podem perder de vista o boi. Se não dá para fazer hedge na matéria-prima, procurar o hedge mais próximo (IGP-M, ouro etc.).

Comércio hidramático 1
Arnim Lore, também ex-BC, sente que um grande sonho parece que vai ser concretizado: "o comércio hidramático", ou seja, sem câmbio. Ele diz que o Brasil e a Argentina poderiam negociar em reais e pesos, sem ter de converter as operações para o dólar.

Comércio hidramático 2
Lore diz que as recentes mudanças na legislação permitem essa abertura e ele sente uma evolução até no governo. Se as medidas já estivessem em vigor, os exportadores para o Mercosul não teriam perdido com a queda do dólar.

Pressão menor 1
Os insumos agrícolas, principalmente os fertilizantes, vão continuar com pressão no segundo semestre, mas em ritmo menor. O câmbio vai ser decisivo para os custos dos produtores, principalmente porque 60% desses produtos são importados.

Pressão menor 2
Essa é a visão de Rogério Calderón, da Bunge Fertilizantes S.A. Apesar de o setor levar a fama de vilão, esses preços são formados no mercado externo e dependem dos valores de fora, dos fretes e do câmbio. A conjugação de tudo isso determina os preços internos.

FAO na Agromix

Técnicos da FAO do México, Cuba e Chile participarão de debates na Agromix 2005 (Feira de Tecnologia, Conhecimento e Oportunidades no Agronegócio), em junho, em Porto Alegre.

Café próprio
Depois de 20 anos vendendo a produção de café para grandes empresas e exportadoras, a fazenda Santa Lúcia, de Monte Sião (MG), passa a comercializar seu próprio café em cafeterias. Os grãos cultivados pela fazenda são do tipo arábica e a empresa passou a comercializar café gourmet.

Fungicidas em grãos
A Sipcam Agro diz que a produção de fungicidas, acaricidas e inseticidas para uso agrícola na forma de grânulos solúveis em água ainda está em fase de testes. A produção atualmente é feita na planta-piloto de Uberaba. A empresa deverá investir US$ 8 milhões em uma nova unidade industrial para fabricar o produto.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br

Texto Anterior: Mercado financeiro: Decisão do BC contém avanço do dólar
Próximo Texto: Tango da dívida: Kirchner diz que não aceita "tutela" do FMI
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.