São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2006

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MERCADO ABERTO

Dantas quer retomar Brasil Telecom

O Opportunity, de Daniel Dantas, entrou com pedido de agravo de instrumento na Justiça do Rio para tentar retomar a gestão da Brasil Telecom, hoje nas mãos dos fundos de pensão e do Citigroup.
Em seu recurso, o Opportunity defende a anulação da liminar concedida no ano passado pela juíza Márcia Cunha suspendendo o acordo "guarda-chuva". O documento, assinado pelo próprio Opportunity sem o conhecimento dos sócios (os fundos e o Citi), garante ao banco o controle da Brasil Telecom, mesmo se for destituído da gestão da empresa.
A suspensão do "guarda-chuva" foi o que possibilitou aos fundos e ao Citi destituírem o Opportunity do controle da BrT.
O agravo do Opportunity está sendo analisado pela desembargadora Letícia Sardas, da 8ª Câmara Cível do Rio, que pediu aos fundos de pensão que se manifestassem sobre o recurso.
O que motivou o Opportunity a tentar retomar o controle da BrT foi o fato de a juíza Márcia Cunha ter se autodeclarado impedida para julgar o caso. Se conseguir reverter a decisão de Cunha, o banco teria condições de assumir novamente a gestão da BrT. A definição em relação ao agravo do Opportunity vai depender, no entanto, de a Justiça brasileira validar ou não uma decisão tomada ontem pelo juiz Lewis Kaplan, de Nova York, em que determina o impedimento do Opportunity de usar o "guarda-chuva" para qualquer fim.
A desembargadora Letícia Sardas diz que ainda tem de receber a decisão de Nova York para saber se ela é válida ou não para esse processo. Ela afirma ainda que espera levar o recurso para ser apreciado pelo colegiado de desembargadores da 8ª Câmara Cível até o início de maio.
O Opportunity disse que vai recorrer da decisão de Kaplan.

REUNIÃO NA CHINA
O vice José Alencar estará na China dos dias 21 a 25 à frente de uma delegação com empresários brasileiros e ministérios. No dia 22, em Xangai, participa de um seminário para empresários chineses sobre agronegócio e investimentos estrangeiros, organizado pelo Conselho-Empresarial Brasil-China. Mais de 150 chineses já confirmaram presença.

EM REVISTA
A Natura irá lançar a "Revista Natura", em substituição ao catálogo de produtos da marca. A publicação de 212 páginas, em parceria com uma editora, terá tiragem inicial de 2,3 milhões de exemplares a cada 21 dias. Funcionará como uma ferramenta estratégica de comunicação da marca com suas mais de 500 mil consultoras e o consumidor.

ELEIÇÕES
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), é o convidado do seminário Lide (Grupo de Líderes Empresariais) no dia 30. A convite de João Dória Jr., ele falará a 300 empresários. No cardápio, eleições presidenciais.

ÊNFASE FISCAL
A possível vitória de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência traria como única alteração, no curto prazo, a aceleração da política fiscal para dar mais flexibilidade à condução monetária. A análise foi feita pelo economista da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, em reunião do conselho da entidade, na quarta, diante de representantes de empresas como Bradesco, Santander, HSBC, Carrefour e Casas Bahia, entre outros.

PÉ ESTRANGEIRO
A paixão por moda e por produtos em couro tirou a psicóloga Sarah Chofakian de dentro do consultório. Hoje empresária conhecida no mercado de luxo brasileiro, ela começa a exportar sapatos e bijuterias para boutiques de Londres, de Paris e da costa francesa. Os contatos foram feitos por meio de representantes na Europa e até pela internet. "Para exportar, tivemos de fazer algumas modificações no acabamento e na etiquetagem", explica Chofakian. Os modelos, no entanto, são os mesmos. "O brasileiro não perde em nada no design." Com a adição de taxas e frete, o preço no exterior é equivalente ao que os clientes brasileiros pagam. "Nosso produto não é mais barato lá fora. É um produto de status", explica a empresária.

PREFERÊNCIA CHILENA
Salvador, Florianópolis e Búzios foram os principais locais escolhidos para as férias pelos chilenos neste início de ano, segundo a Associação Chilena das Empresas de Turismo. Ficaram à frente de Bariloche e Mendoza (Argentina) e Punta del Este (Uruguai). O Chile está entre os dez que mais enviam turistas ao país ao ano, diz a Embratur.

PARA OS PEQUENOS
Voltado a médias, pequenas e microempresas, a "bandeira" Visa Empresarial teve aumento de 58% no número de cartões e de 44% no volume transacionado em 2005. As ações da empresa nesse mercado serão abordadas em palestra da executiva da Visa Kátia Weber no Congresso Mundial de Jovens Empreendedores, hoje, em São Paulo.

AÇÃO DIRECIONADA
As campanhas dirigidas à classe médica têm elevado as prescrições da vardenafila, princípio ativo do Levitra e do Vivanza, ao tratamento da disfunção erétil. A participação de mercado dos dois medicamentos, somados, saltou de 28,6% em setembro passado para 39% em janeiro.

FARMÁCIA
O Brasil recebe hoje o diretor médico da área intercontinental da farmacêutica norte-americana Eli Lilly, Humberto Rojas, que vai conferir a performance da filial como centro de pesquisas. Em 2006, ela deve investir R$ 15 milhões em pesquisas locais.

TURISMO NA REDE
O impacto que sites de viagem provocam nos mercados e a chegada desse sistema de distribuição de produtos ao Brasil serão abordados em palestra no Fórum Panrotas, no dia 22, em SP. Participam do evento executivos de dois dos principais sites do mundo, Expedia e Travelocity.

CAFÉ VALORIZADO
A valorização do café para o consumidor tem impulsionado também os negócios de quem fornece a restaurantes, hotéis e cafeterias. O Café Gourmet Santa Mônica, voltado a esse nicho de mercado, teve alta de 25% nas vendas no período de um ano.

ANÁLISE

Copom "dividido" não sinaliza mudança

A divisão entre os integrantes do Copom na última reunião para decidir a taxa de juros, na semana passada, pode não significar um indício de que o Banco Central estaria mais propenso a acelerar o ritmo de redução da Selic. A avaliação é de Roberto Padovani, da Tendências Consultorias.
Parte do mercado entende que o fato de três membros do comitê terem votado por um corte de um ponto percentual na reunião deste mês -contra os seis demais que optaram por uma queda de 0,75 ponto percentual- seria um indício dessa tendência do BC.
Padovani, no entanto, recorre a resultados de encontros anteriores do Copom para demonstrar que nem sempre a divisão dos membros quanto ao ritmo de redução se refletiu como sinal de mudança na política monetária.
Ele destaca que o cenário para a próxima reunião depende muito mais de uma avaliação sobre o risco inflacionário e da estratégia do BC. Segundo ele, as incertezas quanto a um patamar "mínimo" de juros no país sugerem nova queda de 0,75 ponto percentual.


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