|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa sobe com sinal de juro baixo por mais tempo nos EUA
Apesar de dúvida sobre Copom,
hoje, Bovespa avança 1,33%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
Na véspera da decisão do
Banco Central sobre juros, a
Bolsa de Valores de São Paulo
teve alta de 1,33% e encostou
nos 70 mil pontos do Ibovespa,
que terminou os negócios ontem marcando 69.942 pontos,
maior patamar desde 13 de janeiro. No mês, a Bolsa já acumula uma valorização de 5,17%,
e, no ano, de 1,97%.
O otimismo ontem foi atribuído à recuperação internacional nos preços das commodities e à expectativa de que o
Federal Reserve (BC dos EUA)
mantenha os juros americanos
inalterados entre zero e 0,25%,
pelo menos, até o segundo semestre. Sem surpresas, o Fed
manteve ontem os juros, mas
sinalizou, em comunicado, que
ainda sente necessidade de
manter estímulos à economia.
No Brasil, no entanto, o mercado segue bastante dividido
quanto ao resultado da reunião
do Copom (Comitê de Política
Monetária), que define hoje se
mantém os juros básicos em
8,75% ao ano. A reunião poderá
ser a última com a participação
do presidente Henrique Meirelles e do diretor de Política Econômica, Mario Mesquita.
Cresce o número dos analistas que defendem que o BC suba os juros para 9,25%, mas
uma boa parte acredita que isso
só deve ocorrer em abril.
Para Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú, as projeções para a inflação exigem que
o BC aumente os juros neste
mês. Na avaliação do mercado,
o IPCA (índice oficial da meta
de inflação) deve ficar em
5,03% em 2010.
Os economistas da corretora
Gradual concordam e afirmam,
em relatório, que pior seria o
BC "não agir". "Não acreditamos que a situação seja dramática no quadro inflacionário.
No entanto, não agir agora pode tornar mais cara a manutenção das expectativas."
Para Jason Vieira, economista da consultoria UpTrend, o
BC deve "empurrar" para abril
o aumento da taxa porque a inflação mostra sinais de desaceleração. Vieira vê também uma
diminuição da oferta de crédito, resultante do aumento dos
depósitos compulsórios. "Ainda não precisa mexer no juro."
José Góes, economista da
corretora Alpes, espera que a
taxa Selic seja mantida, mas
destaca que o BC deve "sinalizar em seu comunicado e na ata
da semana que vem que o processo de alta dos juros deve se
iniciar já na próxima reunião,
em abril". Ele também não
acredita que a decisão seja unânime entre os diretores do BC.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou ontem negociado
a R$ 1,768, com avanço de
0,17%. No mês, a moeda americana já "devolveu" 2,16% da alta entre janeiro e fevereiro.
Os papéis da Vale e de empresas ligadas ao setor de commodities metálicas ajudaram a impulsionar os ganhos ontem. A
ação preferencial da Vale, que
movimentou sozinha R$ 583
milhões, avançou 2,41%, enquanto a ação ordinária ficou
2,49% mais cara, sendo alvo de
R$ 118 milhões em negócios.
As ações preferenciais da
CSN tiveram alta de 1,12%, e as
preferenciais da Usiminas, de
2,28%. Já os papéis preferenciais da Gerdau avançaram
2,71%. O giro financeiro ontem
da Bolsa foi de R$ 5,18 bilhões.
O petróleo avançou ontem
2,38% e bateu em US$ 81,70
com a expectativa de que a
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo)
mantenha inalterado o nível de
produção.
Nos EUA, a Bolsa de Nova
York teve alta de 0,41% no índice Dow Jones, que acumula alta
de 2,47% no ano -mais do que
o 1,97% do Ibovespa. A Nasdaq
subiu mais 0,67% e já soma alta
de 4,8% em 2010.
Texto Anterior: ProTeste pede devolução por erro em conta de energia Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|