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ILHA DO PARAÍSO
Na BA, ministro responde a análises negativas de instituições estrangeiras sobre situação fiscal
Céu não vai carregar, afirma Palocci
JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A COMANDATUBA (BA)
Em resposta às análises negativas feitas por instituições financeiras estrangeiras em relação à
situação fiscal brasileira e ao rebaixamento dos principais títulos da dívida do país, o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
disse que não se deve "transformar um céu de brigadeiro em
um céu de nuvens carregadas".
O ministro foi irônico ao dizer
que não ocorrerá "desequilíbrio
nenhum [na economia] se as
pessoas se concentrarem nas
suas próprias avaliações".
Ele referia-se a uma declaração
que disse ser do presidente do JP
Morgan, Andrew Crockett, e que
fez questão de ler para a imprensa: "O governo brasileiro está no
caminho certo ao manter o controle das políticas fiscal e monetária, apesar das pressões para
um relaxamento. O novo governo brasileiro já demonstrou que
está determinado a seguir uma
política que gere crescimento estável e fortalecimento do sistema. Sinto-me confortável ao dizer que vivemos um grande futuro brilhante e de muitas oportunidades no Brasil. Seríamos
tolos se não prestássemos atenção no Brasil".
Palocci trouxe a declaração
grifada em papel que tinha nas
mãos já na chegada ao Fórum
Empresarial, na ilha de Comandatuba, na Bahia. Para ele, o Brasil não pode "olhar com sinais
trocados o seu próprio futuro".
Relatório do JP Morgan divulgado anteontem rebaixou a recomendação em investimento
em títulos da dívida brasileira.
Para especialistas, o banco levou
em consideração as negociações
em torno do salário mínimo e do
reajuste dos servidores para
questionar a política fiscal.
Palocci disse que não comentaria as avaliações das instituições. "Não vou comentar relatório de banco. Eles têm direito de
fazer as suas avaliações."
Para o ministro, as mudanças
no cenário externo, como o aumento dos juros nos EUA, não
são justificativas para a avaliação
negativa dos papéis brasileiros.
Segundo ele, não há "virada" repentina no campo externo.
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) defendeu "critérios mais claros"
para as agências de "rating" em
suas avaliações, ao comentar a
reação do mercado ao rebaixamento dos papéis brasileiros.
"Acho que, em se tratando de
banco de investimento, é mais
sério ainda. Há que explicitar
melhor os critérios. Mas o ponto
central é não tomarmos uma
questão dessas como se fosse um
barômetro. Não é. É uma opinião", disse.
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