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CAIXA-FORTE
Segundo JP Morgan, maioria dos que deixaram lista dos mais endinheirados concentrou patrimônio erroneamente
Rico não diversifica, gasta demais e perde fortuna, diz estudo
DA BLOOMBERG
Nem sempre as pessoas ricas ficam mais ricas, pois geralmente
elas gastam demais e não distribuem bem seus investimentos,
segundo um estudo realizado pelo banco JP Morgan Chase.
Apenas 13% das 400 pessoas
mais ricas que apareceram no
ranking dos endinheirados da revista "Forbes" em 1982 entraram
na lista do ano passado.
Desse total, 205 pessoas saíram
do ranking devido à maneira pela
qual administraram seu dinheiro,
diz o JP Morgan em um estudo divulgado na semana passada em
Zurique (Suíça).
Outras 145 pessoas ou morreram ou distribuíram sua fortuna a
membros de sua família ou a fundações. Assim, somente as demais 50 pessoas (os 13%) apareceram nas duas listagens.
"É muito difícil ficar rico, mas
também é muito difícil manter-se
rico por várias gerações", disse
Benoit Dumont, chefe da divisão
de administração de grandes fortunas do JP Morgan em Genebra.
"Se você quer permanecer rico,
você não pode manter seus recursos concentrados."
Os investidores que colocam todo o seu dinheiro em uma única
ação estão diante de uma chance
superior a 50% de que o poder de
compra de seu investimento diminua após um período de 20
anos, revela o estudo.
Ao investir em ativos variados, a
possibilidade de perda do poder
de compra cai para 15%. Em outras palavras, é sempre prudente
evitar colocar todos os ovos no
mesmo cesto.
Buffett permanece
O presidente do conselho administrativo da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, o bilionário
investidor norte-americano, está
entre as 50 pessoas que se mantiveram na lista da "Forbes" durante o período de 22 anos coberto
pelo estudo.
O sucesso de Buffett se deve, em
parte, a uma estratégia diversificada de investimentos, diz Dumont. Em quatro décadas, Buffett, 74, transformou a Berkshire,
com sede em Omaha (Nebraska,
Estados Unidos), de uma empresa têxtil em uma companhia de
participações que vale US$ 137 bilhões, por meio da aquisição de títulos em baixa e de empresas desvalorizadas.
A empresa é a maior acionista
da Coca-Cola, sediada em Atlanta, da American Express, sediada
em Nova York, e da Gillette, sediada em Boston.
Gastos
Para manter suas fortunas, as
pessoas também têm de ficar
atentas a seus gastos, diz Dumont,
cuja equipe de 420 funcionários
auxilia na administração de aproximadamente US$ 21 bilhões para
clientes com pelo menos US$ 25
milhões para investir.
As pessoas ricas que gastam pelo menos 3% de seus ativos anualmente têm 90% de chance de
manter seu poder de compra após
20 anos.
Para aqueles que gastam 5% de
sua fortuna, a probabilidade de
que eles tenham o mesmo poder
de compra em 20 anos cai para
menos de 40%, segundo o estudo.
"Acreditamos que esta é uma
década de retornos de um só dígito para investimentos em ações e
bônus", afirmou Craig Anderson,
que desenvolve estratégias de alocação de ativos para os clientes da
divisão de administração de grandes fortunas do JP Morgan na Europa.
"Se você gastar 5% [de sua fortuna] e a inflação for de 2% ou
3%, é muito fácil fazer com que
sua riqueza passe a registrar saldo
negativo."
Em 2003, a divisão de administração de grandes fortunas do JP
Morgan ficou na sétima posição
do ranking mundial em termos
de ativos administrados, segundo
a Scorpio Partnership, empresa
de consultoria londrina em gerenciamento de fortunas.
O UBS, sediado em Zurique, é o
maior administrador mundial de
fortunas, contabilizando, até o final do ano passado, 778 bilhões de
francos suíços (US$ 641 bilhões)
em ativos de clientes endinheirados. A Merrill Lynch ficou em segundo lugar nesse ranking.
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