PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O gerador de energia do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, foi acionado na noite de anteontem para garantir a continuidade do jantar oferecido pelo governo mineiro aos ministros da Alca e a mais 1.500 convidados.
Às 21h56, um blecaute atingiu a área central de Belo Horizonte, deixando sem energia 45 mil consumidores por mais de uma hora. Não faltou luz no Palácio da Liberdade.
O blecaute ocorreu cerca de duas horas após o presidente Fernando Henrique Cardoso ter deixado o Palácio da Liberdade.
Segundo o diretor de Distribuição da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), José da Costa Carvalho, a causa foi a queima de um transformador de alta potência da subestação centro, localizado nas proximidades do Palácio das Artes, local onde aconteceram as reuniões oficiais da Alca.
O gerador de energia do Palácio das Artes também foi acionado, garantindo a continuidade dos trabalhos no centro de imprensa montado para o evento.
Sabotagem
A Cemig descartou a possibilidade de ter ocorrido sabotagem, já que quatro horas antes do blecaute ocorreram manifestações contra FHC e choques entre manifestantes e a PM.
"O principal problema foi um curto-circuito interno no transformador, um dos quatro da subestação centro. Pela situação do transformador, tudo leva a crer que nós tivemos problemas no isolamento das bobinas de alta-tensão, provocando o curto-circuito", disse Carvalho, descartando a possibilidade de sabotagem.
Segundo ele, os laboratórios da Cemig estão analisando o transformador para conhecer as "causas definitivas do problema".
O secretário da Casa Civil do governo de Minas, Agostinho Patrus, criticou o confronto entre manifestantes e polícia, afirmando tratar-se de pessoas "de fora da cidade". "Só pode ser gente de fora, que veio manchar o evento. Nossos sindicalistas fizeram um acordo com a polícia e cumpriram tudo que foi acertado", afirmou.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice