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MERCADO FINANCEIRO
Presidente do BC diz que é mais fácil situação internacional piorar do que melhorar para o país
Juro externo vai subir mais, prevê Loyola
da Reportagem Local
O presidente do Banco Central,
Gustavo Loyola, reconheceu ontem em seminário em São Paulo
que, para o Brasil, é mais fácil a
conjuntura internacional piorar
do que melhorar.
"Concordo que a possibilidade
de redução da liquidez (no mercado financeiro internacional) é
maior que a de ocorrer o contrário", afirmou Loyola.
Traduzindo o economês, o presidente do BC quis dizer que as taxas
de juros internacionais devem
continuar subindo, trajetória iniciada pelo banco central norte-americano em meados de março.
Para o Brasil, os efeitos são principalmente dois: de um lado, encarece o custo dos empréstimos internacionais tanto para o governo
como para as empresas brasileiras.
De outro, tende a reduzir o fluxo
de dólares para o país.
A afirmação do presidente do BC
foi feita durante o seminário "Os
Riscos e as Oportunidades do Mercado de Capitais", da Internews.
Arturo Porzecanski, economista-chefe no Brasil do ING/Barings,
que também participava do debate, foi quem levantou a tese de que
o cenário internacional deve começar a complicar a vida do real.
Para ele, os juros devem voltar a
subir nos EUA e ainda em outros
mercados financeiros importantes, como o do Japão.
"A situação externa vai melhorar?", perguntou o economista,
para responder: "Não, a situação
deve piorar para o Brasil".
Para ele, a situação fica ainda
mais delicada para o país já que,
segundo sua análise, a necessidade
de dólares para fechar as contas
externas deve aumentar em 98.
Para o ex-presidente do BC Francisco Gros, atualmente alto executivo do banco norte-americano
Morgan Stanley, a tradição de moratória do Brasil atrapalha a análise que os investidores internacionais fazem do país.
Para ele isso não justifica o fato
de outros países chamados
"emergentes" terem avaliação
melhor que a brasileira, o que o
custo das emissões de títulos do
Brasil no exterior comprovaria.
"As taxas pagas pelo Brasil são
próximas das da Argentina, por
exemplo. Mas a nota da economia
argentina é melhor que a nossa."
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