São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Dólar fecha com baixa de 1,43%; Bolsa gira R$ 961,286 milhões; juros futuros continuam a cair

Investidor espera por novo corte nos juros

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar teve forte baixa ontem, de 1,43%, e encerrou o dia cotado a R$ 2,47. A Bovespa subiu 2,5%, com bom giro financeiro -R$ 961,286 milhões. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, subiram 1,15% e o risco-país, medido pelo JP Morgan, caiu 1,74%, para 905 pontos.
O anúncio de corte de gastos em ano eleitoral agradou aos investidores nacionais e estrangeiros. "O mercado percebeu que a deterioração dos indicadores dos últimos dias foi exagerada. E agora procura nova correção", diz Helio Osaki, da Finambras. "Espero que não exagerem no bom humor."
O principal assunto do mercado ontem foi a reunião do Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central na semana que vem. Há uma parte do mercado que acredita que a taxa básica de juros, a Selic, será reduzida em 0,25 ponto percentual, para 18,25% ao ano. A expectativa é baseada na sinalização de queda da atividade econômica e nos indicadores de inflação sob controle.
Além disso, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, deram declarações favoráveis à redução dos juros, ontem, na avaliação do mercado. Na BM&F, os contratos de janeiro, os mais negociados, projetaram juros de 18,74%, ante 18,98%.
"Mas essa queda das taxas no mercado futuro reflete mais a melhora do risco-país do que a esperança de corte dos juros na semana que vem", afirma Joaquim Kokudai, do Lloyds TSB. Ele avalia que o IPCA ainda está alto e ressalta que não é todo o mercado que acredita na Selic menor já.
Segundo alguns operadores, foi verificado ontem o desmonte de algumas operações de "hedge" (proteção cambial) fechadas nos últimos dias. "Os bancos pararam de comprar dólar ontem. Houve mais disposição para vender", diz Miriam Tavares, da AGK.
Também se comentou sobre a forte entrada de dólares ontem, mas ninguém soube identificar o autor ou precisar o valor da operação. Há a expectativa de ingresso de US$ 800 milhões por parte do BNDES e pela emissão de debêntures cambiais da Petrobras.
Em relação ao cenário político, forma-se no mercado um consenso de que o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu seu ápice e, a partir de agora, José Serra (PSDB) poderá decolar, com uma maior exposição na TV. (ANA PAULA RAGAZZI)


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