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MERCADO FINANCEIRO
Dólar fecha com baixa de 1,43%; Bolsa gira R$ 961,286 milhões; juros futuros continuam a cair
Investidor espera por novo corte nos juros
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar teve forte baixa ontem,
de 1,43%, e encerrou o dia cotado
a R$ 2,47. A Bovespa subiu 2,5%,
com bom giro financeiro -R$
961,286 milhões. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira,
subiram 1,15% e o risco-país, medido pelo JP Morgan, caiu 1,74%,
para 905 pontos.
O anúncio de corte de gastos em
ano eleitoral agradou aos investidores nacionais e estrangeiros. "O
mercado percebeu que a deterioração dos indicadores dos últimos dias foi exagerada. E agora
procura nova correção", diz Helio
Osaki, da Finambras. "Espero que
não exagerem no bom humor."
O principal assunto do mercado
ontem foi a reunião do Copom
(Comitê de Política Econômica)
do Banco Central na semana que
vem. Há uma parte do mercado
que acredita que a taxa básica de
juros, a Selic, será reduzida em
0,25 ponto percentual, para
18,25% ao ano. A expectativa é baseada na sinalização de queda da
atividade econômica e nos indicadores de inflação sob controle.
Além disso, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o diretor de
Política Econômica do BC, Ilan
Goldfajn, deram declarações favoráveis à redução dos juros, ontem, na avaliação do mercado. Na
BM&F, os contratos de janeiro, os
mais negociados, projetaram juros de 18,74%, ante 18,98%.
"Mas essa queda das taxas no
mercado futuro reflete mais a melhora do risco-país do que a esperança de corte dos juros na semana que vem", afirma Joaquim Kokudai, do Lloyds TSB. Ele avalia
que o IPCA ainda está alto e ressalta que não é todo o mercado
que acredita na Selic menor já.
Segundo alguns operadores, foi
verificado ontem o desmonte de
algumas operações de "hedge"
(proteção cambial) fechadas nos
últimos dias. "Os bancos pararam
de comprar dólar ontem. Houve
mais disposição para vender", diz
Miriam Tavares, da AGK.
Também se comentou sobre a
forte entrada de dólares ontem,
mas ninguém soube identificar o
autor ou precisar o valor da operação. Há a expectativa de ingresso de US$ 800 milhões por parte
do BNDES e pela emissão de debêntures cambiais da Petrobras.
Em relação ao cenário político,
forma-se no mercado um consenso de que o pré-candidato Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) atingiu
seu ápice e, a partir de agora, José
Serra (PSDB) poderá decolar,
com uma maior exposição na TV.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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