São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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ENERGIA

Menos gastos e ampliação da faixa de baixa renda podem exigir aumento

Conta menor afeta seguro-apagão

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A economia voluntária de energia mesmo após o fim do racionamento e o aumento do número de consumidores classificados como de baixa renda vão diminuir a arrecadação para pagamento do seguro anti-racionamento, segundo avaliação de Eduardo Ellery, diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O seguro anti-racionamento é pago desde março pelo consumidor para custear o aluguel de 58 usinas termelétricas que poderão gerar até 2.156,3 MW em caso de risco de falta de energia.
Desde a semana passada, o governo está reavaliando o valor do seguro. Em vez dos R$ 0,0049 cobrado por kWh/mês, estima-se, agora, que o valor deveria ser maior ou que o Tesouro Nacional teria de arcar com a diferença. Para Ellery, "não há erro".
O consumo de energia influi no dinheiro arrecadado porque o encargo para custear o seguro é pago de acordo com a quantidade de energia gasta -R$ 0,0049 por kWh. Quanto menor o consumo, menor o valor arrecadado. Entre janeiro e março, a redução de consumo de energia chega a 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
A quantidade de consumidores de baixa renda também influi porque eles são isentos do pagamento. Modificações feitas no Congresso durante a votação da medida provisória 14 (que estabelece, entre outras coisas, o seguro anti-racionamento) aumentaram o número desses consumidores.
Apesar de esses dois fatores contribuírem para reduzir o volume esperado de arrecadação para pagamento do seguro, Ellery disse que a CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial) -estatal responsável pelo repasse dos recursos para as usinas- está "fazendo caixa".
Segundo ele, isso acontece porque há atraso no cronograma de instalação das usinas emergenciais. Quando há atraso, as usinas pagam multa à CBEE, e essa multa reduz o valor pago pelo seguro. O valor é revisto trimestralmente.
A expectativa inicial do governo era que, até o final de abril, tivessem sido arrecadados R$ 177 milhões. Houve atraso no repasse de algumas distribuidoras, e a CBEE só recebeu R$ 36 milhões. Mesmo que não houvesse atraso, o valor seria menor que o esperado.
A distribuidora Bandeirante (SP) informou que, em vez dos R$ 12,19 milhões estimados pelo governo, só conseguirá arrecadar R$ 5,2 milhões.




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