CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O setor de telecomunicações e correios, impulsionado pelos investimentos pós-privatização da telefonia (1998), apresentou em 2000 um crescimento da receita líquida operacional de 26,36% em relação a 1999, o maior entre todos os setores de serviços.
Os dados constam da Pesquisa Anual de Serviços de 2000, divulgada ontem pelo IBGE. Os números positivos foram registrados antes da crise atual do setor. Segundo analistas ouvidos pela Folha, os resultados das telecomunicações em 2001, quanto à receita, foram bons, embora possam até ser inferiores aos de 2000.
As empresas de telefonia fixa Telefônica (São Paulo) e Telemar (16 Estados, incluindo Rio e Minas Gerais), que respondem por mais de 70% do mercado, tiveram em 2001 crescimento de 24% nas receitas. Na telefonia celular, a Telesp Celular cresceu 6,5% e a Tele Centro-Oeste Celular, 38%.
"Em 2001 o crescimento foi bom. Não dá para dizer que acontecerá o mesmo em 2002", disse André Gadelha, analista do banco Pactual.
A pesquisa mostra que em 2000 a receita líquida (sem impostos) dos setores de serviços acompanhados pelo IBGE cresceram 17%, alcançando R$ 216,5 bilhões. Foram gerados 532.529 novos empregos, um crescimento de 9,72% em comparação com o ano anterior.
A pesquisa inclui apenas os serviços formais (prestados por empresas) mercantis e não-financeiros. Ficam de fora, além dos bancos e afins, os serviços públicos, a educação e a saúde, além da economia informal.
O IBGE calcula que os sete setores que integram a pesquisa -serviços de alojamento e alimentação, transportes e serviços auxiliares, correios e comunicações, informática, atividades imobiliárias e aluguel de bens móveis e imóveis, serviços prestados principalmente a empresas e outras atividades de serviços - representam de 13% a 14% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas do país).
Pelo conceito de receita, os setores que mais ganharam participação no conjunto dos serviços foram o das telecomunicações e o dos serviços prestados a empresas. A participação do primeiro no total passou de 20% para 21,7%. Do segundo, de 17,9% em 1999 para 19,5% em 2000.
Transportes lideram em receita, com R$ 60,4 bilhões, seguidos de telecomunicações e correios (R$ 47,1 bilhões) e serviços prestados a empresas (R$ 42,1 bilhões).



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