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Alta das taxas nos
EUA é improvável
da Reportagem Local
As opiniões são unânimes entre
os especialistas ouvidos pela Folha: não há razão para o Federal
Reserve mexer na taxa de juros básica dos EUA.
James Ferraz Alvim Netto, sócio-diretor da Safic, conta que,
desde que a economia dos EUA
começou a se fortalecer com inflação e desemprego baixos, há uma
discussão, inclusive nos meios
acadêmicos, sobre o caráter desse
crescimento.
Há os que dizem que não passa
de uma bolha e que, se o governo
não tomar providências para conter seu crescimento, subindo os
juros, a bolha vai explodir, gerando inflação. A alta na Bolsa de Valores de Nova York, segundo essa
teoria, é irreal e especulativa.
A outra linha de pensamento,
que por enquanto tem prevalecido, defende que o crescimento
econômico dos EUA é sustentado
e que os ganhos de produtividade
obtidos com as melhorias tecnológicas impedem aumento da inflação. A própria inflação dos últimos anos, segundo essa teoria, estaria superestimada.
Para Alvim, todos os indicadores econômicos fortalecem a segunda tese. Essa também é a opinião de Carlos Fagundes, diretor
da Associação dos Bancos Comerciais e Múltiplos.
"Não há sinais de que o aumento do consumo nos Estados Unidos esteja comprometendo a capacidade de oferta", diz ele.
Para Fagundes, também não há
sinais de superaquecimento nos
Estados Unidos nem de pressão de
preços pelo lado da demanda.
O próprio mercado de títulos do
Tesouro dos Estados Unidos de
vencimento em 30 anos não tem
antecipado uma alta dos juros na
próxima reunião do Federal Reserve, o banco central nos EUA,
no dia 19, afirma Fagundes.
Se o Federal Reserve mexer nas
suas taxas básicas, as dos "Fed
Funds", dos recursos que ele empresta para os bancos, os juros sobem em toda a economia norte-americana, atraindo para lá o capital que poderia estar no Brasil. E o
Banco Central brasileiro teria de
subir também seus juros para segurar os dólares aqui e atrair mais
capitais externos.
Os juros dos títulos do Tesouro
norte-americano, os chamados
T-bonds, geralmente antecipam a
tendência de alta ou baixa nos juros do Fed.
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