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Ergonomia traz qualidade ao trabalho
SUZANA BARELLI
da Reportagem Local
Olhe para a sua cadeira no escritório. Ela tem altura regulável e inclinação flexível? E a mesa de trabalho: traz a adaptação correta para o teclado e iluminação adequada na tela do computador?
Não se sinta sozinho se a maioria
das respostas acima for negativa.
Segundo especialistas, muitas empresas apresentam problemas
quando o assunto é ergonomia (a
ciência que estuda as necessidades
do corpo em relação aos objetos).
Mas se preocupe. Afinal, fazer
exercícios com regularidade e ter
alimentação saudável já não bastam para garantir a saúde perfeita
do trabalhador.
"A qualidade de vida também
passa pela solução dos problemas
criados pela tensão e pelo mobiliário inadequado no trabalho", diz
Ricardo Serrano, consultor e técnico de ergonomia da Fundacentro. "É também uma forma de
manter o ambiente de trabalho
mais agradável", completa.
O advogado Lincoln da Cunha
Pereira decidiu, há 18 meses, aproveitar a mudança da sede para tornar seu escritório mais ergonômico. "Se capricho na decoração da
casa, por que não investir um pouco no trabalho?", pergunta.
Ele mudou tudo: as cores são em
tons pastel, a maioria das divisórias é de vidro, a iluminação exigiu
projeto próprio, e os móveis são
pensados de acordo com as necessidades dos profissionais.
"A consequência é que as pessoas estão ficando mais tempo no
trabalho. Antes, eu trabalhava até
as 19h; agora, fico tranquilamente
até as 21h", afirma.
O sucesso da nova decoração ergonômica foi testado até pelo irmão de Lincoln, o piloto André
Ribeiro, que tem seu escritório de
marketing no mesmo local, com a
mesma decoração.
Custos
Mas não são todos que aderiram
à ergonomia. Fernando Maroniene, da Steelcase, especializada em
mobiliário para escritório, diz que
o conceito de ambiente de trabalho com maior qualidade de vida
esbarra nos custos. "Para as empresas, ainda é difícil perceber o
ganho de investir em postos de
trabalho", afirma.
A Avon, por exemplo, está gastando R$ 300 mil para se adaptar
às exigências ergonômicas -há
uma norma do Ministério do Trabalho que regulamenta a ergonomia nas empresas.
Mas o próprio diretor de recursos humanos da Avon, Lírio Cipriani, confessa a dificuldade de se
adaptar a um escritório ergonomicamente correto.
"A cadeira antiga era mais confortável. Mas admito que minha
dor nas costas melhorou com a
mudança", diz o executivo.
A ergonomia traz outra mudança no trabalho: a hierarquia. Maroniene diz que as cadeiras para
funções mais repetitivas, como telemarketing, tendem a ter mais recursos e a custar mais do que as
usadas pelos chefes.
SOBERBA
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