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CUT pede redução na Selic e faz
proposta contra inadimplência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) para pressionar pela redução da taxa
básica de juros, o presidente da
CUT, Luiz Marinho, pediu apoio
do governo a uma proposta da
central para diminuir o custo dos
empréstimos bancários.
No encontro, Marinho relatou
que o ministro teria dito que o
controle da inflação é consistente
e isso já daria margem a uma redução dos juros. "Mas ele não
quis vincular isso à reunião desta
semana do Copom [Comitê de
Política Monetária]", disse.
A proposta defendida pela CUT
para diminuir o custo do empréstimo é atacar o principal argumento dos bancos para as taxas
cobradas: a elevada inadimplência. Pela proposta, bancos e empresas fariam um acordo para
permitir o desconto em folha de
empréstimos tomados por funcionários. Isso reduziria a inadimplência e possibilitaria a queda no custo dos empréstimos.
Nos cálculos de Marinho, os juros cobrados no cheque especial,
por exemplo, poderiam cair dos
atuais 9% a 10% ao mês para um
patamar abaixo de 3%.
Segundo Marinho, o ministro
Palocci deu sinais de que a proposta poderia ser adotada pelos
bancos oficiais -Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Marinho contou que o BMG já teria mostrado interesse na idéia.
Após o encontro, Marinho foi
acompanhado pelo ministro até a
sala em que o sindicalista conversaria com os jornalistas. "Toda
proposta que venha do Marinho
deve ser avaliada com muito cuidado", disse Palocci. "E escrevam
aí: eu já fui subordinado a ele. Na
época, eu era da CUT regional e
ele comandava a CUT nacional."
Marinho informou que, na próxima semana, deverá haver uma
reunião entre bancos, CUT e governo para discutir a idéia.
Força
Na tentativa de pressionar o governo a baixar os juros, a Força
Sindical promete reunir hoje
5.000 trabalhadores em manifestação na frente do prédio do Ministério da Fazenda, em São Paulo. É o primeiro protesto contra a
política econômica do governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
A partir das 10h, os trabalhadores se reúnem na estação Armênia
do metrô. De lá, seguem em passeata até o prédio do ministério.
"Essa política econômica, além de
desempregar milhões, causou
desgaste no governo FHC", disse
Paulo Pereira da Silva, presidente
da Força.
Colaborou a Reportagem Local
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