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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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CUT pede redução na Selic e faz proposta contra inadimplência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) para pressionar pela redução da taxa básica de juros, o presidente da CUT, Luiz Marinho, pediu apoio do governo a uma proposta da central para diminuir o custo dos empréstimos bancários.
No encontro, Marinho relatou que o ministro teria dito que o controle da inflação é consistente e isso já daria margem a uma redução dos juros. "Mas ele não quis vincular isso à reunião desta semana do Copom [Comitê de Política Monetária]", disse.
A proposta defendida pela CUT para diminuir o custo do empréstimo é atacar o principal argumento dos bancos para as taxas cobradas: a elevada inadimplência. Pela proposta, bancos e empresas fariam um acordo para permitir o desconto em folha de empréstimos tomados por funcionários. Isso reduziria a inadimplência e possibilitaria a queda no custo dos empréstimos.
Nos cálculos de Marinho, os juros cobrados no cheque especial, por exemplo, poderiam cair dos atuais 9% a 10% ao mês para um patamar abaixo de 3%.
Segundo Marinho, o ministro Palocci deu sinais de que a proposta poderia ser adotada pelos bancos oficiais -Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Marinho contou que o BMG já teria mostrado interesse na idéia.
Após o encontro, Marinho foi acompanhado pelo ministro até a sala em que o sindicalista conversaria com os jornalistas. "Toda proposta que venha do Marinho deve ser avaliada com muito cuidado", disse Palocci. "E escrevam aí: eu já fui subordinado a ele. Na época, eu era da CUT regional e ele comandava a CUT nacional."
Marinho informou que, na próxima semana, deverá haver uma reunião entre bancos, CUT e governo para discutir a idéia.

Força
Na tentativa de pressionar o governo a baixar os juros, a Força Sindical promete reunir hoje 5.000 trabalhadores em manifestação na frente do prédio do Ministério da Fazenda, em São Paulo. É o primeiro protesto contra a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A partir das 10h, os trabalhadores se reúnem na estação Armênia do metrô. De lá, seguem em passeata até o prédio do ministério. "Essa política econômica, além de desempregar milhões, causou desgaste no governo FHC", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força.


Colaborou a Reportagem Local


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