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Situação financeira de funcionários é grave, diz sindicato
Representantes dos aeronautas afirmam que Varig não
paga salário integral dos trabalhadores desde o mês de abril
Segundo sindicalistas,
pilotos e comissários
receberam somente até o
limite de R$ 1.000 nos
últimos dois meses
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação financeira dos
funcionários da Varig, que não
receberam integralmente seus
salários de abril e maio, vem se
agravando nas últimas semanas, e alguns têm dificuldades
até mesmo de se locomover até
os aeroportos para trabalhar,
segundo a presidente do SNA
(Sindicato Nacional dos Aeronautas), Graziela Baggio.
"O que percebemos é que a
situação financeira dos funcionários da Varig tem piorado
muito. Muitos estão sem condições até para ir trabalhar. Recebemos e-mails diariamente reclamando sobre isso", afirmou.
Baggio afirmou que o SNA
enviou uma carta ao presidente
da companhia aérea, Marcelo
Bottini, pedindo que a empresa
priorizasse o pagamento de salários. O executivo, segundo
ela, respondeu que seria realizado o pagamento de uma parte do devido aos trabalhadores.
Os salários de abril e maio foram pagos somente até o limite
de R$ 800 para os aeroviários,
que trabalham em terra, e R$
1.000 aos aeronautas (pilotos e
comissários), informação confirmada pela Varig. A última
parcela foi depositada na última sexta-feira. "A Varig está
pagando uma parte pequena
dos salários e sempre com atraso. A empresa vem parcelando
os salários há praticamente
três anos", disse Baggio, ressaltando que a empresa aérea vem
priorizando o pagamento dos
salários mais baixos.
De acordo com ela, o sindicato está apurando denúncias de
que a companhia não vem pagando as diárias de alimentação dos pilotos e comissários
em vôos internacionais.
O passivo trabalhista total
declarado pela Varig é de R$
164 milhões. Segundo a sindicalista, somando-se a isso os salários atrasados e o pagamento
do acertado em convenção coletiva em dezembro do ano passado, de 6%, que a companhia
não reajustou, a dívida sobe para R$ 200 milhões. Se incluídas
também as ações em curso na
Justiça, o passivo total cobrado
pelos funcionários chega a cerca de R$ 450 milhões.
Mesmo sem receber, os funcionários vêm demonstrando
forte apoio à Varig. No dia do
leilão de parte das operações da
companhia, realizado na semana passada, o hangar da empresa, ao lado do aeroporto Santos
Dumont, no Rio de Janeiro, ficou repleto de trabalhadores
que foram torcer pela aérea.
Há casos de pilotos que preferem recusar propostas de trabalho em outras companhias,
como TAM ou Gol, por apostar
na recuperação da Varig.
Segundo os últimos dados divulgados pela empresa, a Varig
possui cerca de 9.000 funcionários. No início do ano, ela organizou um programa de incentivo a aposentadoria e também um PDV (Programa de Demissão Voluntária) para tentar
diminuir seu quadro.
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