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Oferta japonesa para TV digital é "chique", afirma Lula
Definição do padrão deve
sair nas próximas semanas
CLÁUDIA DIANNI E RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez, o próprio
presidente Lula deu indicações
de que o padrão japonês de tecnologia para TV digital poderá
ser o escolhido pelo governo
para ser adotado no Brasil. A
opção do Brasil deve ser divulgada oficialmente nas próximas semanas. Ontem, durante
discurso em ato de apoio a ele,
na convenção anual da União
da Juventude Socialista (UJS),
em Brasília, Lula elogiou a iniciativa dos japoneses de oferecer a criação de um modelo nipo-brasileiro.
Em março, a Folha publicou
que o governo se definiu pelo
padrão japonês. Só falta o
anúncio.
O presidente disse que a
oferta dos japoneses é "chique", mas que o Brasil quer
também uma fábrica de semicondutores. "O Japão está se
oferecendo para criar um padrão nipo-brasileiro de TV digital, mas não queremos só isso. Queremos uma fábrica de
semicondutores."
Ele contou que assistiu a um
jogo de futebol com transmissão digital e acha que a nova
tecnologia vai mudar a história
da televisão no Brasil nos próximos dez anos.
"Eu achei pouco ter só TV digital. Tinha três modelos disputando o Brasil, ainda estão,
EUA, Europa e Japão, disputando. Mas nós queremos convencer quem quiser fazer parceria conosco de que não queremos só TV digital para receber imagem. Nós queremos
aqui uma fábrica de semicondutores para colocar o Brasil na
era da microeletrônica." O presidente vai discutir o assunto
com as autoridades japonesas
no dia 29.
Dólares
Em discurso a cerca de 1.500
jovens socialistas, Lula disse
que o Brasil amadureceu as relações externas e a economia
do país, ao pagar dívidas.
"Eu lembro que em 2002 o
Brasil corria o mundo buscando dólar para poder saldar suas
dívidas. O Brasil tinha que vender dólar para poder baratear o
dólar, porque estava muito caro. Hoje, nós precisamos comprar dólares para o dólar subir
um pouquinho, para melhorar
o câmbio", afirmou.
"Já devolvemos US$ 15,6 bilhões ao FMI. Não queremos
esse dinheiro, pode ficar. Já pagamos ao Clube de Paris e até
os títulos da dívida do ex-presidente José Sarney e ainda temos US$ 61 bilhões de reservas
e as exportações continuam
crescendo."
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