São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Oferta japonesa para TV digital é "chique", afirma Lula

Definição do padrão deve sair nas próximas semanas

CLÁUDIA DIANNI E RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela primeira vez, o próprio presidente Lula deu indicações de que o padrão japonês de tecnologia para TV digital poderá ser o escolhido pelo governo para ser adotado no Brasil. A opção do Brasil deve ser divulgada oficialmente nas próximas semanas. Ontem, durante discurso em ato de apoio a ele, na convenção anual da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, Lula elogiou a iniciativa dos japoneses de oferecer a criação de um modelo nipo-brasileiro.
Em março, a Folha publicou que o governo se definiu pelo padrão japonês. Só falta o anúncio.
O presidente disse que a oferta dos japoneses é "chique", mas que o Brasil quer também uma fábrica de semicondutores. "O Japão está se oferecendo para criar um padrão nipo-brasileiro de TV digital, mas não queremos só isso. Queremos uma fábrica de semicondutores."
Ele contou que assistiu a um jogo de futebol com transmissão digital e acha que a nova tecnologia vai mudar a história da televisão no Brasil nos próximos dez anos.
"Eu achei pouco ter só TV digital. Tinha três modelos disputando o Brasil, ainda estão, EUA, Europa e Japão, disputando. Mas nós queremos convencer quem quiser fazer parceria conosco de que não queremos só TV digital para receber imagem. Nós queremos aqui uma fábrica de semicondutores para colocar o Brasil na era da microeletrônica." O presidente vai discutir o assunto com as autoridades japonesas no dia 29.

Dólares
Em discurso a cerca de 1.500 jovens socialistas, Lula disse que o Brasil amadureceu as relações externas e a economia do país, ao pagar dívidas.
"Eu lembro que em 2002 o Brasil corria o mundo buscando dólar para poder saldar suas dívidas. O Brasil tinha que vender dólar para poder baratear o dólar, porque estava muito caro. Hoje, nós precisamos comprar dólares para o dólar subir um pouquinho, para melhorar o câmbio", afirmou.
"Já devolvemos US$ 15,6 bilhões ao FMI. Não queremos esse dinheiro, pode ficar. Já pagamos ao Clube de Paris e até os títulos da dívida do ex-presidente José Sarney e ainda temos US$ 61 bilhões de reservas e as exportações continuam crescendo."


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