|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo descarta intervir na empresa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O economista Luciano Coutinho, que assessora o Banco Fator
na montagem da engenharia financeira da companhia aérea que
poderá resultar da fusão da Varig
com a TAM, descartou ontem a
possibilidade de intervenção do
governo na companhia e disse
que o processo de fusão com a
TAM foi retomado.
"A intervenção está totalmente
descartada. Não vai ser necessária, porque a fusão seguirá normalmente. Sem fusão não há solução para o transporte aéreo brasileiro", afirmou Coutinho, à saída do Ministério da Defesa.
Ele esteve ontem em Brasília para reuniões com o ministro José
Viegas (Defesa) e com os presidentes da Varig, Roberto Macedo,
e da TAM, Daniel Mandelli. Conforme a Folha apurou, Viegas
manifestou o incômodo do governo com o adiamento da fusão
e deixou claro que a situação da
Varig está se tornando insustentável. Por meio da assessoria de
imprensa, o Ministério da Defesa
também informou que não haveria intervenção.
Segundo Coutinho, o processo
de fusão foi restabelecido a partir
da cassação de liminar que reconduzia Gilberto Rigoni à presidência da Fundação Ruben Berta,
controladora da Varig. Antes da
liminar, a solenidade de assinatura havia até sido marcada, mas Rigoni é contra a medida e se nega a
assinar os termos do acordo.
Conforme a Folha apurou, o
governo se sentia de "mãos atadas" diante de uma liminar judicial, mas está perdendo a paciência com os grupos internos que se
contrapõem na companhia e disposto a pressionar por uma solução rápida.
Há duas formas de pressão do
governo contra a Varig para forçar a fusão, considerada a única
alternativa para a companhia
além da falência.
Uma forma de pressão é a
ameaça de decretar intervenção
na companhia, sob o argumento
de que ela é inadimplente no Banco do Brasil, com a Infraero e com
a BR Distribuidora.
A outra é simplesmente cortar o
fornecimento de combustível, por
falta de pagamento. Os aviões da
Varig não teriam como voar.
As duas possibilidades são consideradas drásticas, inclusive porque julho é mês de férias.
Texto Anterior: Crise no ar: Cai liminar que impedia fusão Varig/TAM Próximo Texto: "Operação de guerra" faria intervenção Índice
|