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São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003

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Governo descarta intervir na empresa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O economista Luciano Coutinho, que assessora o Banco Fator na montagem da engenharia financeira da companhia aérea que poderá resultar da fusão da Varig com a TAM, descartou ontem a possibilidade de intervenção do governo na companhia e disse que o processo de fusão com a TAM foi retomado.
"A intervenção está totalmente descartada. Não vai ser necessária, porque a fusão seguirá normalmente. Sem fusão não há solução para o transporte aéreo brasileiro", afirmou Coutinho, à saída do Ministério da Defesa.
Ele esteve ontem em Brasília para reuniões com o ministro José Viegas (Defesa) e com os presidentes da Varig, Roberto Macedo, e da TAM, Daniel Mandelli. Conforme a Folha apurou, Viegas manifestou o incômodo do governo com o adiamento da fusão e deixou claro que a situação da Varig está se tornando insustentável. Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Defesa também informou que não haveria intervenção.
Segundo Coutinho, o processo de fusão foi restabelecido a partir da cassação de liminar que reconduzia Gilberto Rigoni à presidência da Fundação Ruben Berta, controladora da Varig. Antes da liminar, a solenidade de assinatura havia até sido marcada, mas Rigoni é contra a medida e se nega a assinar os termos do acordo.
Conforme a Folha apurou, o governo se sentia de "mãos atadas" diante de uma liminar judicial, mas está perdendo a paciência com os grupos internos que se contrapõem na companhia e disposto a pressionar por uma solução rápida.
Há duas formas de pressão do governo contra a Varig para forçar a fusão, considerada a única alternativa para a companhia além da falência.
Uma forma de pressão é a ameaça de decretar intervenção na companhia, sob o argumento de que ela é inadimplente no Banco do Brasil, com a Infraero e com a BR Distribuidora.
A outra é simplesmente cortar o fornecimento de combustível, por falta de pagamento. Os aviões da Varig não teriam como voar.
As duas possibilidades são consideradas drásticas, inclusive porque julho é mês de férias.


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