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São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003

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OUTRO LADO

Companhia diz ter custo semelhante ao de seu concorrente

DA REPORTAGEM LOCAL

Não se trata de acompanhar o aumento de preços do concorrente, mas de "colocar [os preços de] alguns produtos no mesmo patamar" da concorrência. A afirmação é da assessoria da AmBev, ao ser questionada sobre as informações, presentes em seu balanço, de que sua política de preços está atrelada a de seu principal concorrente.
Segundo a assessoria da companhia, "pode parecer que foi isso [que houve um acompanhamento de preços], mas não foi". Não faz sentido, informa, "fechar" preços com aquele que é o seu maior rival no mercado -a Coca-Cola.
Na avaliação da companhia, AmBev e Coca-Cola trabalham com custos de produção semelhantes. A lata e o vidro, por exemplo, têm insumos que são "commodities" -produtos padronizáveis, vendidos em larga escala e cotados em moeda estrangeira. E todos compram os mesmos insumos. Portanto, se o preço desses produtos sobe, o custo cresce e a pressão sobre as duas concorrentes é a mesma, alega.

Mais explicações
A companhia levanta outra razão para sustentar que a empresa não está acompanhando os preços da concorrente.
Segundo ela, os reajustes não podem ser semelhantes porque as negociações de preços com lojas são diferentes.
A taxa de aumento praticada numa loja de maior porte é diferente da praticada numa loja menor. Isso porque a rede com vários pontos compra volumes maiores e fecha descontos.
A AmBev informa ainda que a expansão que obteve em sua receita ocorreu por conta de uma recente política de vendas. O grupo passou a focar os negócios no conjunto de produtos com maiores margens de lucro à companhia, como Guaraná e Pepsi.
Se a empresa consegue vender uma maior quantidade dessas mercadorias de elevado valor agregado -elas custam mais caro que outros produtos- cresce a possibilidade de sua receita aumentar, assim como a sua margem.
A Folha solicitou entrevista com a direção da empresa, mas o contato não foi possível.
Na página quatro do balancete, o grupo informa que, "apesar da significativa depreciação da moeda local...e do aumento de certos custos (açúcar)", a lucratividade foi atingida de forma positiva pela estratégia de reduzir a diferença de preços em relação ao líder.
Os dados presentes no balancete do primeiro trimestre grupo são repassados a seus acionistas.


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