São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

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Copom e Fed concentram as atenções do mercado

Taxa básica de juros Selic será revista até quarta-feira

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana será carregada de eventos econômicos, tanto no âmbito interno quanto no externo. Por aqui, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) será o acontecimento mais importante.
O Copom -formado por diretores e o presidente do Banco Central- se reunirá amanhã e na quarta para definir como fica a taxa básica de juros da economia (a Selic), que está em 15,25% anuais.
O mercado financeiro está posicionado à espera de uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic.
Nos Estados Unidos, ao longo da semana haverá acontecimentos com força para mexer com o mercado mundial.
Amanhã, será conhecido o PPI (índice de preços no atacado, na sigla em inglês) de junho. Na quarta, haverá a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor norte-americano), além do testemunho de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA), no Congresso americano.
Na quinta, será a vez de ser conhecida a ata da última reunião do Fomc (o comitê de política monetária do Fed), que poderá trazer sinais do futuro da política monetária nos EUA.
Como há mais de dois meses o mercado global tem se pautado principalmente pelas falas do Bernanke e pelos indicadores da economia norte-americana -e seus impactos sobre o futuro dos juros no país-, haverá combustível suficiente para favorecer ou derrubar os preços dos ativos.

Juros menores
O BC brasileiro vai seguir, na opinião unânime do mercado, com o processo de redução da taxa básica de juros.
Nesse momento, a previsão média do mercado é de que a taxa básica brasileira estará em 14,25% no fim de 2006. Mas é importante que o cenário internacional não se deteriore de forma expressiva para que essa projeção seja cumprida.
Na semana passada, um novo ingrediente turvou a expectativa de recuperação do mercado financeiro. O conflito entre Israel e Líbano pressionou o preço do barril de petróleo, notícia sempre negativa.
O mercado futuro de juros registrou baixa nas projeções para as taxas de juros na semana passada. No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), a taxa no contrato DI que vence no fim do mês recuou de 15,01% no começo de julho para 14,85% na sexta-feira. O movimento indica que os investidores passaram a confiar mais na possibilidade de a Selic ser cortada nesta semana em 0,50 ponto percentual.
Para Eduardo Yuki, economista da ABN Amro Asset Management, a taxa Selic será reduzida de 15,25% para 14,75% anuais. "A atuação consistente e conservadora na adoção da política monetária pelo Banco Central tem evitado um aumento excessivo do consumo das famílias, para além da capacidade de produção da indústria nacional, colaborando para a redução da inflação", diz.
O economista afirma que o BC "deverá encerrar o ciclo de redução da taxa de juros no dia 30 de agosto, quando reduzirá a taxa Selic para 14,50%, pela última vez no ano". "O BC manterá esse patamar até que o elevado nível de investimentos passe a sinalizar um aumento do potencial de crescimento brasileiro, possibilitando que um estímulo maior ao consumo doméstico não represente risco para a inflação", conclui.
Kelly Trentin, analista da corretora SLW, diz que "após uma semana de entressafra de dados econômicos importantes, a semana que entra trará a reunião do Copom, a ata do Fomc, além das divulgações do CPI e do PPI".


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