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TELEFONIA
Presidente diz que empresa deu show com novo DDD; interesse em sócio estrangeiro seria do BNDES
Telemar poderá continuar só nacional
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
O presidente da Telemar, Manoel Horácio da Silva, disse ontem que a empresa pode continuar sem uma operadora internacional entre seus sócios. Trata-se
da única empresa desmembrada
da Telebrás que ficou sem um sócio especializado em telefonia.
"Acho que demos um show de
competência tecnológica ao fazer
a mudança de numeração (o novo sistema DDD). Então, não precisamos de um operador para nos
mostrar como se gerencia a empresa tecnologicamente."
A declaração contraria a intenção do BNDES (dono de 25% das
ações da Telemar) de vender sua
participação, de preferência, para
uma operadora.
Essa possibilidade começou a
ser cogitada logo após o leilão da
Telebrás, há quase um ano, quando a Telemar foi vendida para o
único candidato: um grupo sem
sócios especialistas em telefonia.
Circulam informações no mercado de que o banco Opportunity,
novo sócio da Telemar, está contactando companhias como a British Telecom, a Deutsche TeleKom e até a própria Telecom Italia (sua parceira na Tele Centro
Sul), com o intuito de atraí-las para a Telemar.
Essas empresas poderiam candidatar-se ao leilão (sem data prevista) pelo qual o BNDES deixaria
de ser sócio da Telemar. "Qualquer um pode ir lá e comprar",
disse Manoel Horácio, acrescentando que, de qualquer forma,
um operador não iria alterar a
gestão da companhia.
O presidente da Telemar, que
participou de um seminário sobre
telecomunicações, ontem, no Rio,
afirmou que está em estudo a fusão das 16 companhias de telefonia estaduais que integram a holding.
"O maior problema são os direitos dos acionistas minoritários. Para comprar todas as ações
dos acionistas que quisessem
exercer o direito de retirada (devolução das ações mediante pagamento), gastaríamos R$ 1,4 bilhão. É muito dinheiro para deixar os minoritários felizes."
A idéia, disse o executivo, "é fazer o agrupamento de uma forma
mais barata". Segundo ele, será
um processo vagaroso.
Antes que as 16 teles sejam
agrupadas, entrará em vigor um
sistema de gestão integrada que
vai proporcionar uma economia
anual mínima de R$ 50 milhões,
podendo chegar a R$ 300 milhões, segundo o presidente da
Telemar. A economia depende do
grau de eficiência atingido.
Trata-se de um sistema informatizado que permite um controle simultâneo das 16 empresas.
Custou R$ 100 milhões para a Telemar e começará a ser implantado em dez meses, a partir da Telemar-MG (ex-Telemig). As demais companhias serão incorporadas, uma por vez a cada mês.
Sobre as mudanças societárias
entre os sócios do grupo que controla a Telemar, Manoel Horácio
diz considerar positiva a entrada
do Opportunity, no lugar do grupo paranaense Inepar, anunciada
semana passada.
"O Opportunity deu estabilidade", disse, referindo-se às dúvidas
que havia sobre a capacidade financeira dos sócios de honrar a
segunda parcela de privatização
da empresa, que vence dia 4 de
agosto. "Ficou claro agora que todos têm dinheiro."
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