São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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TELEFONIA
Presidente diz que empresa deu show com novo DDD; interesse em sócio estrangeiro seria do BNDES
Telemar poderá continuar só nacional

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

O presidente da Telemar, Manoel Horácio da Silva, disse ontem que a empresa pode continuar sem uma operadora internacional entre seus sócios. Trata-se da única empresa desmembrada da Telebrás que ficou sem um sócio especializado em telefonia.
"Acho que demos um show de competência tecnológica ao fazer a mudança de numeração (o novo sistema DDD). Então, não precisamos de um operador para nos mostrar como se gerencia a empresa tecnologicamente."
A declaração contraria a intenção do BNDES (dono de 25% das ações da Telemar) de vender sua participação, de preferência, para uma operadora.
Essa possibilidade começou a ser cogitada logo após o leilão da Telebrás, há quase um ano, quando a Telemar foi vendida para o único candidato: um grupo sem sócios especialistas em telefonia.
Circulam informações no mercado de que o banco Opportunity, novo sócio da Telemar, está contactando companhias como a British Telecom, a Deutsche TeleKom e até a própria Telecom Italia (sua parceira na Tele Centro Sul), com o intuito de atraí-las para a Telemar.
Essas empresas poderiam candidatar-se ao leilão (sem data prevista) pelo qual o BNDES deixaria de ser sócio da Telemar. "Qualquer um pode ir lá e comprar", disse Manoel Horácio, acrescentando que, de qualquer forma, um operador não iria alterar a gestão da companhia.
O presidente da Telemar, que participou de um seminário sobre telecomunicações, ontem, no Rio, afirmou que está em estudo a fusão das 16 companhias de telefonia estaduais que integram a holding.
"O maior problema são os direitos dos acionistas minoritários. Para comprar todas as ações dos acionistas que quisessem exercer o direito de retirada (devolução das ações mediante pagamento), gastaríamos R$ 1,4 bilhão. É muito dinheiro para deixar os minoritários felizes."
A idéia, disse o executivo, "é fazer o agrupamento de uma forma mais barata". Segundo ele, será um processo vagaroso.
Antes que as 16 teles sejam agrupadas, entrará em vigor um sistema de gestão integrada que vai proporcionar uma economia anual mínima de R$ 50 milhões, podendo chegar a R$ 300 milhões, segundo o presidente da Telemar. A economia depende do grau de eficiência atingido.
Trata-se de um sistema informatizado que permite um controle simultâneo das 16 empresas. Custou R$ 100 milhões para a Telemar e começará a ser implantado em dez meses, a partir da Telemar-MG (ex-Telemig). As demais companhias serão incorporadas, uma por vez a cada mês.
Sobre as mudanças societárias entre os sócios do grupo que controla a Telemar, Manoel Horácio diz considerar positiva a entrada do Opportunity, no lugar do grupo paranaense Inepar, anunciada semana passada.
"O Opportunity deu estabilidade", disse, referindo-se às dúvidas que havia sobre a capacidade financeira dos sócios de honrar a segunda parcela de privatização da empresa, que vence dia 4 de agosto. "Ficou claro agora que todos têm dinheiro."



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