São Paulo, segunda, 17 de agosto de 1998

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INVESTIMENTO ESTRANGEIRO
Office Max, cadeia de produtos para escritório, vai instalar 40 lojas no país em cinco anos
Rede dos EUA anuncia hoje vinda ao Brasil

FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local

O Brasil vai ter uma rede especializada em produtos para escritório, desde papel, lápis e móveis até computadores. A cadeia norte-americana Office Max se prepara para abrir duas dessas lojas no país em 99 e um total de 40 em cinco anos. O investimento deve chegar a US$ 150 milhões.
A Office Max, que prevê faturar US$ 4,4 bilhões em 98, chega ao país em parceria com a MGDK & Associados, empresa de consultoria que tem entre os sócios Edson Vaz Musa. Hoje, a Office Max vai anunciar para o mercado de capitais dos Estados Unidos a associação com a MGDK e os planos para o Brasil.
A MGDK vai ter 80% do negócio e a Office Max, 20%. O nome da empresa ainda está sendo definido pelas duas -provavelmente deve se chamar Office Max do Brasil. As lojas serão próprias. Não há intenção de abrir franquias no país.
"Numa pesquisa, concluímos que o Brasil carecia desse tipo de loja. E nada melhor do que ter um parceiro estratégico", afirma Musa.
Expansão
A Office Max, conta ele, disputa com outras duas redes norte-americana -a Office Depot e a Staples- um mercado considerado promissor mesmo nos Estados Unidos. Só no ano passado, a Office Max abriu 150 lojas nos EUA, e a Staples, 128. Neste ano, a Office Max, que tem apenas dez anos, pretende abrir mais 120 lojas.
A Office Max começou o programa de expansão fora dos Estados Unidos há dois anos. No México, a rede tem dez lojas, e no Japão, duas. O Brasil foi o terceiro país escolhido por causa da oportunidade mostrada à rede norte-americana pela própria MGDK.
Cada loja terá cerca de 2.500 metros quadrados de área de venda e será dividida basicamente em três setores: a de móveis, a de materiais (papel, lápis, telefones e computadores) e a de serviços (confecção de convites, cartão de visita, papel timbrado e xerox). "Não há nada parecido por aqui", diz Musa.
A rede pretende vender no país produtos nacionais e importados. A estratégia é empregar em cada ponto-de-venda cerca de 50 pessoas e bem treinadas.
"Apostamos no varejo especializado, que precisa ter um vendedor mais informado e mais técnico", diz Musa. A idéia é também trabalhar com venda por catálogos.
Especialização
O sucesso do comércio especializado, segundo Musa, foi constatado nos EUA quando a Office Max tinha apenas três anos. Na época, ela levantou na Bolsa cerca de US$ 1 bilhão. No Brasil, diz, a simpatia ao varejo especializado foi constata em pesquisas de mercado.
O Provar (Programa de Varejo) da USP (Universidade de São Paulo) fez uma pesquisa no ano passado, a pedido de uma empresa, para identificar a receptividade do mercado em absorver uma rede típica de produtos para escritório.
Foram ouvidos 350 profissionais liberais, donos de papelarias, empresários e consumidores. Resultado: 85% deles consideram a instalação de uma loja especializada em artigos para escritório "uma boa idéia".
"Esse mercado está dando saltos nos EUA e tem tudo para se expandir no Brasil", diz Claudio Felisoni de Angelo, coordenador do Provar.
A primeira rede desse tipo que entrar no Brasil vai encontrar um mercado virgem e certamente fará sucesso, na opinião de Nelson Barrizzelli, consultor de varejo.
Segundo ele, outras redes norte-americanas especializadas estão de olho no Brasil, sobretudo na linha de utilidades domésticas.



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