São Paulo, Terça-feira, 17 de Agosto de 1999
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CENÁRIO EXTERNO
Se a inflação americana em julho tiver ficado acima de 0,3%, taxas devem subir na próxima semana
Indicador define hoje juros nos EUA

das agências internacionais

O governo dos EUA divulga hoje a taxa de inflação no país durante o mês de julho. Especialistas indicam que, se ela for superior a 0,3%, será inevitável uma alta nos juros na próxima reunião do Federal Reserve (o banco central norte-americano), no dia 24.
O CPI (Índice de Preço ao Consumidor) é uma composição matemática da variação de preços em 54 produtos e serviços no país.
Após atingir 0,7% em abril (maior índice desde outubro de 1990), a inflação nos EUA ficou zerada em maio e junho.
Em julho, a pressão nos preços do setor energético (com a alta do valor dos barris de petróleo) deve provocar uma alta no índice. A estimativa, segundo projeções de analistas de Wall Street, é que a taxa fique, no máximo, em 0,3%.
De acordo com Bill Horbarger, estrategista para a consultoria A. G. Edwards & Sons, o receio dos investidores é que o impacto da alta do petróleo seja maior do que o esperado.
A Bolsa de Nova York -e, por consequência, as Bolsas do mundo todo- está olhando diretamente para a possibilidade de os juros nos Estados Unidos serem elevados.
A taxa de juros interbancários está fixada em 5% ao ano. Se houver aumento, a previsão é de 0,25 ponto percentual.
Segundo Alan Greenspan, presidente do Fed e condutor da política monetária norte-americana, a taxa de juros será mexida se houver sinal de pressão inflacionária. Até agora, o país tem aliado crescimento a uma taxa controlada de inflação. Se os preços começarem a crescer, o Fed aumenta os juros e restringe o dinheiro em circulação.
O conselho do Fed -que vai decidir sobre o futuro dos juros- se reúne no próximo dia 24.
Os últimos índices divulgados indicam que a economia do país continua aquecida. O desemprego, por exemplo, atinge 4,3% da PEA (População Economicamente Ativa), a menor dos últimos 29 anos. Por isso, a aposta de que os juros subiriam, numa ação preventiva do Fed, predominava desde o mês passado.
No último dia 12, entretanto, o Fed divulgou uma pesquisa regional mostrando que a economia continua crescendo "solidamente", mas sem exercer pressão nos preços.
O relatório, conhecido como "livro bege", disseminou o sentimento de que não seria necessária uma taxa de juros mais alta.
Assim, o índice que será divulgado hoje pode exercer papel decisivo na reunião do Fed, se indicar uma tendência contrária à demonstrada pelo "livro bege".
A expectativa a respeito da inflação foi tão grande que praticamente paralisou o mercado financeiro norte-americano ontem.
A Bolsa de Nova York subiu 0,67%, movimentando 13,2% a menos do volume financeiro médio de uma segunda-feira.
"O mercado ficou ostensivamente imobilizado", disse Bryan Piskorowski, estrategista da Prudential Securities, em Nova York. "Ninguém arriscou."


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