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CENÁRIO EXTERNO
Se a inflação americana em julho tiver ficado acima de 0,3%, taxas devem subir na próxima semana
Indicador define hoje juros nos EUA
das agências internacionais
O governo dos EUA divulga hoje a taxa de inflação no país durante o mês de julho. Especialistas
indicam que, se ela for superior a
0,3%, será inevitável uma alta nos
juros na próxima reunião do Federal Reserve (o banco central
norte-americano), no dia 24.
O CPI (Índice de Preço ao Consumidor) é uma composição matemática da variação de preços
em 54 produtos e serviços no país.
Após atingir 0,7% em abril
(maior índice desde outubro de
1990), a inflação nos EUA ficou
zerada em maio e junho.
Em julho, a pressão nos preços
do setor energético (com a alta do
valor dos barris de petróleo) deve
provocar uma alta no índice. A estimativa, segundo projeções de
analistas de Wall Street, é que a taxa fique, no máximo, em 0,3%.
De acordo com Bill Horbarger,
estrategista para a consultoria A.
G. Edwards & Sons, o receio dos
investidores é que o impacto da
alta do petróleo seja maior do que
o esperado.
A Bolsa de Nova York -e, por
consequência, as Bolsas do mundo todo- está olhando diretamente para a possibilidade de os
juros nos Estados Unidos serem
elevados.
A taxa de juros interbancários
está fixada em 5% ao ano. Se houver aumento, a previsão é de 0,25
ponto percentual.
Segundo Alan Greenspan, presidente do Fed e condutor da política monetária norte-americana,
a taxa de juros será mexida se
houver sinal de pressão inflacionária. Até agora, o país tem aliado
crescimento a uma taxa controlada de inflação. Se os preços começarem a crescer, o Fed aumenta os
juros e restringe o dinheiro em
circulação.
O conselho do Fed -que vai
decidir sobre o futuro dos juros-
se reúne no próximo dia 24.
Os últimos índices divulgados
indicam que a economia do país
continua aquecida. O desemprego, por exemplo, atinge 4,3% da
PEA (População Economicamente Ativa), a menor dos últimos 29
anos. Por isso, a aposta de que os
juros subiriam, numa ação preventiva do Fed, predominava desde o mês passado.
No último dia 12, entretanto, o
Fed divulgou uma pesquisa regional mostrando que a economia
continua crescendo "solidamente", mas sem exercer pressão nos
preços.
O relatório, conhecido como
"livro bege", disseminou o sentimento de que não seria necessária
uma taxa de juros mais alta.
Assim, o índice que será divulgado hoje pode exercer papel decisivo na reunião do Fed, se indicar uma tendência contrária à demonstrada pelo "livro bege".
A expectativa a respeito da inflação foi tão grande que praticamente paralisou o mercado financeiro norte-americano ontem.
A Bolsa de Nova York subiu
0,67%, movimentando 13,2% a
menos do volume financeiro médio de uma segunda-feira.
"O mercado ficou ostensivamente imobilizado", disse Bryan
Piskorowski, estrategista da Prudential Securities, em Nova York.
"Ninguém arriscou."
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