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SERVIÇOS MÉDICOS
Ministério admite rever adaptação obrigatória para todos
Planos de saúde antigos podem ficar como estão
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O Ministério da Saúde estuda a
possibilidade de desobrigar as
empresas de adaptar planos e seguros antigos, feitos até 98, aos
novos moldes. Outra hipótese é o
adiamento do prazo máximo para essa migração. A informação
foi dada por empresas do setor e
confirmada pelo ministério.
Pela regulamentação que entrou em vigor no início deste ano,
estabelecendo a obrigatoriedade
de coberturas mais amplas, as
empresas têm até 2 de dezembro
no para fazer a adaptação. Os produtos comercializados a partir
deste ano já obedecem às regras
novas.
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, "estão em
estudo todas as alternativas de
adesão à nova lei". O ministro José Serra poderá fazer um pronunciamento a respeito do assunto
até o final deste mês, segundo a
assessoria.
As empresas do setor falam
mais abertamente sobre o assunto. "A obrigação das novas coberturas para planos antigos está
sendo reavaliada", diz Patrick de
Larragoiti, presidente da Sul
América. "Estamos argumentando que alguma cobertura é melhor que nenhuma", diz Richard
Huber, presidente da seguradora
norte-americana Aetna.
A joint venture Sul América
Aetna é a maior seguradora de
saúde do país, com 38% do mercado -excluindo os planos.
Segundo Horácio Cata Preta,
consultor da área de seguros da
Fenaseg (federação que reúne as
seguradoras), o governo resolveu
reavaliar as medidas porque percebeu que existe uma grande dificuldade em adaptar os planos antigos às exigências da nova lei.
"Existem cerca de 25 mil tipos
diferentes de planos no mercado e
500 tipos de seguros. Como transformar um plano vendido na periferia, que tem um serviço mais
precário, em um produto melhor?
Isso custa mais e parte da população não pode pagar", diz.
Segundo ele, a adaptação poderia significar um aumento de
200% a 300% em alguns planos.
O pleito das empresas, de acordo com Cata Preta, é para que o
ministério reduza a exigência de
algumas coberturas e, ao mesmo
tempo, dê um prazo em torno de
três anos para a adaptação.
Em junho o governo já fez uma
concessão ao setor e concordou
em permitir que as empresas de
planos e seguros de saúde aumentem os preços para clientes que
completam 60 anos.
A nova legislação criou cinco
modalidades de produtos: ambulatorial, hospitalar com ou sem
obstetrícia, odontológico e referência. Cada um deles tem as coberturas obrigatórias especificadas na regulamentação.
Uma das novas coberturas obrigatórias é a de doenças preexistentes. Agora, as empresas só podem se negar a pagar o tratamento se conseguirem provar que o
cliente sabia da doença quando
assinou o contrato. Aids, câncer e
transplantes também passaram
ater cobertura obrigatória.
A avaliação de empresas do setor é que o encarecimento dos
produtos pode afetar a renovação
dos planos, principalmente os
empresariais. Diante da recessão
econômica, as companhias podem optar por cortar o benefício.
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